Google Analytics

quinta-feira, maio 03, 2012

No risk, no fun!

Autor: Luiz Roberto Fava

Quando estive na Austrália, em férias, e para conhecer meu neto, em uma conversa com meu genro, ele exclamou:

- No risk, no fun!

Ou seja, onde não houver risco, não haverá emoção.

Esta frase me fez pensar em duas coisas.

Em primeiro lugar, o que é risco?

Risco é uma probabilidade de um evento qualquer que, ao ocorrer, pode causar algum tipo de dano.

O risco pode acontecer em qualquer momento do nosso cotidiano sendo que, muitas vezes, nem o percebemos.

Um exemplo típico é atravessar um rua fora da faixa de pedestres. Neste caso existe o risco de ser atropelado.

O risco pode ser avaliado e/ou medido quando, por exemplo, recebemos uma promoção, mudamos de emprego, começamos um novo relacionamento, etc.

Imagine-se, leitor ou leitora, em um barco a remo. Você põe força nos remos e, em uma superfície sem ondas, tranquila, o barco desliza suavemente. Seus movimentos são repetitivos. Não existem obstáculos a serem superados. Sua travessia não apresenta risco algum até o seu término.

Agora, imagine-se em um caiaque praticando rafting. Você vai por uma corredeira e terá que superar inúmeros obstáculos como pedras, quedas d’água, a força do rio…, o que é natural neste tipo de esporte. Só que, neste caso, você terá muitos riscos até o seu término.

Imaginou-se nas duas situações? Então responda: em qual das duas situações você se divertiu mais?

Se você respondeu que foi na primeira situação, pode ser que você seja uma pessoa mais racional, previsível, acomodada e que tenha um certo medo de correr riscos.

Se você respondeu que foi a segunda situação, você é ciente que, para alcançar um objetivo é preciso correr riscos.

Existem autores que afirmam que a palavra RISCO vem do latim RISICU, que significa OUSAR, isto é, atuar perante o perigo.

E, para ousar, ter uma atitude empreendedora, é necessária uma série de competências como criatividade, flexibilidade, destemor, foco e persistência, entre outras.

Qualquer caminho, qualquer jornada, qualquer aventura que desejamos seguir ou vivenciar, apresenta obstáculos a serem superados e riscos que podem nos levar ao fracasso.

O que faz um rio quando encontra um obstáculo em seu caminho? Ele para? Fica esperando alguém removê-lo? Não. Ele simplesmente procura contorná-lo e seguir adiante.

Esta é uma lição que deveria servir de exemplo a todos nós quando a insegurança, o medo de fracassar ou a vontade de desistir comecem a se manifestar para abortar a nossa jornada.

Para vencer os obstáculos, e os riscos a eles inerentes, é necessário desenvolver, durante a jornada, uma atitude de prudência.

Às vezes é preciso recuar um passo para poder se avançar dez passos, tática semelhante à usada por exércitos em guerra. E você, certamente, quer vencer esta “guerra”.

Correr riscos faz parte da nossa Vida. Diariamente estamos correndo uma série de riscos: assalto, sequestro, quedas e fraturas ósseas, sofrer uma frustração, etc.

Augusto Cury, em seu livro As quatro armadilhas da mente e a inteligência multifocal (Ediouro, 2009), nos diz:

Eliminar todos os riscos da humanidade geraria pessoas autoritárias, individualistas, ensimesmadas, agressivas, deprimidas, entediadas.

O risco implode nosso orgulho, esfacela nosso egocentrismo, nos une, nos estimula a criar laços e experimentar a difícil arte de depender uns dos outros.

Sem riscos a psique não teria poesia, criatividade, intuição, inspiração, coragem, determinação, espírito empreendedor, necessidade de conquista. Sem riscos não conheceríamos o sabor das derrotas nem o paladar das vitórias, pois elas seriam um destino inevitável, não o fruto de batalhas. Sem riscos não erraríamos, não choraríamos, não pediríamos desculpas, não teríamos necessidade de humildade em nosso cardápio individual.

Para se lograr a liberdade, necessitamos ser ousados. E ousadia significa correr riscos.

Não tenha medo de correr riscos. Lembre-se que:

O risco deriva do fato de você não saber o que está fazendo. (Warren Buffet)

Para o prêmio ser grande, a aposta tem que ser arriscada. (Beto Loureiro)

Quem triunfa sem risco, sobe no pódio sem glória. (Augusto Cury)

Em segundo lugar, o que é transformar trabalho em diversão?

Gosto muito da frase que diz: quando foi a última vez que você fez algo pela primeira vez?

Você já se fez esta pergunta? Ainda não?

Você faz sempre tudo igual? Vive na sua zona de conforto?

Se a sua resposta foi SIM às perguntas acima, não se esqueça que tudo está em constante mutação. E você, além de não se aperceber desta realidade, continua fazendo as mesmas coisas e do mesmo jeito.

Quem quer transformar trabalho em diversão precisa, inicialmente, sentir-se livre. Livre dos mesmos pensamentos, da mesma forma de agir, das mesmas atitudes. E somente quando se é livre, nos tornamos mais criativos e inovadores a ponto de nos transformamos e ao nosso entorno.

Sei que o caminho não é fácil. Mudar não é fácil. Mas se você acreditar em si mesmo, o processo fica facilitado.

Veja o que o antropólogo Joseph Campbell (1904-1987) descreveu em seu livro The hero of a tousand faces (O herói de mil faces). Denominada a jornada do herói, ela é composta de doze estágios:

1º – Mundo comum

É o mundo normal do herói, a vida do dia-a-dia, a zona de conforto.

2º – O chamado da aventura

A rotina do herói é quebrada por algo insólito, inesperado, incomum.

Algo se apresenta ao herói: uma busca, uma jornada, um problema, um desafio,uma aventura.

É quando ele e vê obrigado a fazer algo novo, a sair da mesmice.

3º – Recusa do chamado ou reticência do herói

O herói se recusa ou demora a aceitar o desafio, geralmente por sentir medo. Ele reluta, não quer envolvimentos e prefere seguir sua vida.

4º – Encontro com o mentor ou ajuda sobrenatural

O herói encontra um mentor que o faz aceitar o chamado, o treinará para a aventura e será o responsável para desenvolver as habilidades necessárias para a jornada.

5º – Cruzamento do primeiro portal

O herói abandona o mundo comum para entrar no mundo especial ou mágico, É o “ponto sem retorno”.

6º – Provações, aliados e inimigos

Neste novo ambiente o herói enfrenta testes, encontra aliados e enfrena inimigos, de forma que aprende as regras deste mundo novo. Tudo com a finalidade de qualificá-lo para vencer.

7º – Aproximação

O herói se aproxima do seu objetivo, tem êxito durante as provações e segue em frente.

8º – Provação difícil e traumática

A maior crise da aventura, de vida ou morte. É a luta com o antagonista.

É onde existe maior tensão.

É o auge da crise.

É o momento que pode levar ao êxito ou ao fracasso da jornada.

9º – Recompensa

O herói enfrentou a morte, seu maior desafio, venceu o medo e ganhou uma recompensa (“o elixir”).

10º – O caminho de volta

O herói deve voltar ao mundo comum. Mas ainda corre os perigos do mundo novo. Os inimigos continuam de olho nele.

11º – A ressurreição do herói

Outro teste no qual o herói enfrenta a morte. Deve usar tudo o que foi aprendido para derrubar seu pior inimigo.

É uma espécie de exame final.

12º – Regresso com o elixir

O herói volta para casa com o “elixir” e o usa para ajudar a todos no mundo comum.

Ele volta transformado e nunca mais será o mesmo.

Quando você acreditar que pode mudar algo ou “fazer algo pela primeira vez”, acredite nessa ideia, vá em frente. Mesmo correndo o risco de não dar certo e das opiniões dos “do contra” e daqueles que vão lhe achar maluco ou “louco de pedra”.

Se você partir para a execução de sua ideia sabendo de tudo isso, certamente você terá uma força interior inabalável (automotivação) que o levará a atingir o seu objetivo.

E, certamente, você o fará sem desespero, sem estresse, sem ansiedade e angústia. Tudo fluirá de uma forma bem melhor.

E, ao chegar ao final de sua jornada, você verá que o seu projeto pode até ter lhe dado um trabalho insano, mas você o desenvolveu de uma forma alegre e divertida.

O seu trabalho se transformou em uma grande diversão devido única e exclusivamente à sua atitude, mesmo sabendo que iria correr riscos.

Lembre-se também destas frases:

- A obra sempre parece fácil quando trabalhar é um prazer. (Cardeal de Bernis)

- Nunca trabalhei em minha vida -era sempre pura diversão. (Tomas A. Edson)

- Escolha um trabalho que você ame e não terá de trabalhar um único dia de sua vida.(Confucio)

Exerça sempre seu poder de ser livre. Ouse, corra riscos e… divirta-se.

No risk, no fun!!!

Fonte: http://favaconsulting.com.br/riscos-e-desafios/

Nenhum comentário: