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segunda-feira, março 11, 2013

Para cada problema complexo existe uma resposta clara, simples e errada

Autor: Jairo Siqueira

O título deste artigo é uma frase atribuída ao jornalista americano Henry L. Mencken, que nos remete a uma abordagem muito comum, tanto no trato dos problemas pessoais, como no trato problemas e desafios nas organizações. Esta abordagem equivocada na solução de problemas resulta da análise superficial e tendenciosa da situação, que não consegue ir além dos sintomas e identificar as causas fundamentais do problema. Equívocos semelhantes estão presentes nas abordagens de oportunidades de inovação e na melhoria da qualidade e produtividade.

Não resolva o problema errado

Talvez o primeiro passo para se chegar a uma solução correta e eficaz seja o reconhecimento que os problemas costumam se apresentar de forma dissimulada. Ou seja, o que pensamos que seja o problema pode não ser o problema real.
Na década de 1950, o transporte marítimo enfrentava sérios problemas causados pelos custos elevados que ameaçavam seu futuro. Os especialistas em transporte marítimo concentraram seus esforços para tornar os navios mais econômicos durante as viagens entre portos. Apesar de investirem em navios maiores, mais rápidos e na redução da tripulação, os custos continuaram a crescer. A solução somente surgiu com uma abordagem mais ampla do problema de custos elevados, analisando todo o processo de transporte marítimo, incluindo também as etapas de carga e descarga. A abordagem anterior tinha desprezado os elevados custos de espera nos portos para carga e descarga, agravado pelo congestionamento causado por navios maiores e mais rápidos. O uso de containers foi uma das medidas chaves para a solução do problema. Apesar do crescimento do mercado internacional nas décadas seguintes, os custos diminuíram cerca de 60%.
Porque demoraram tanto tempo para resolver o problema? Simples: ninguém se importou em questionar qual era o verdadeiro problema. Todos assumiram que a solução era navios maiores e mais rápidos, e não consideraram a redução do tempo de espera e de operação nos portos. O problema real só foi solucionado quando alguém fez as perguntas certas e examinou a situação sob diferentes perspectivas.
Você tem enfrentado dilemas que parecem impossíveis de serem resolvidos? Já tentou soluções que têm se revelado ineficazes? Se sim, talvez você não tenha feito as perguntas certas e tenha tentado resolver o problema errado. Talvez esteja faltando uma abordagem do problema sob novas perspectivas que revelem todas as sua nuances e resultem em ideias inovadoras.

Phoenix Checklist: como definir problemas e planejar soluções

No livro ThinkertoysMichael Michalko apresenta a Phoenix Checklist, uma engenhosa lista de perguntas usada para estimular o pensamento criativo na abordagem de problemas e desafios. Dado um determinado desafio, as perguntas do checklist podem ser usadas para penetrar no problema e ampliar seu entendimento. As perguntas forçam o solucionador de problemas a olhar o problema sob diferentes ângulos e a “pensar fora da caixa” (think outside the box).
checklist é dividido em duas seções: O Problema e O Plano. Use o checklist como uma base para montar sua lista pessoal de perguntas e siga os seguintes passos:
  1. Escreva seu desafio: isole o desafio ou problema que você deseja examinar e está empenhado em solucionar.
  2. Faça suas perguntas: use o chekclist para dissecar o desafio ou problema sob as diferentes maneiras que possa imaginar.
  3. Anote suas respostas: soluções, necessidades de informações, ideias para avaliação e análise, etc.
 PHOENIX CHECKLIST
O PROBLEMA
  • Por que é necessário resolver o problema?
  • Que benefícios terá pela solução do problema?
  • O que é desconhecido?
  • O que você ainda não compreende?
  • Que informação você tem?
  • O que não é o problema?
  • A informação é suficiente? Ou insuficiente? Ou redundante? Ou contraditória?
  • Você pode fazer um diagrama? Ou um desenho?
  • Quais são as fronteiras/limites do problema?
  • Você pode separar as várias partes do problema? Você pode descrevê-las? Quais são as relações entre as partes do problema?
  • Quais são as constantes (coisas que não podem ser mudadas) do problema?
  • Você já viu este problema antes?
  • Você já viu este problema de uma forma levemente diferente?
  • Você conhece um problema similar?
  • Pode pensar num problema familiar tendo incertezas iguais ou similares?
  • Suponha que você encontre um problema relacionado ao seu que já tenha sido solucionado. Você pode usá-lo? Pode usar o mesmo método de solução?
  • Você pode reformular a apresentação de seu problema? De quantas maneiras diferentes você pode apresentá-lo? Mais genérico? Mais específico? As regras podem ser mudadas?
  • Quais são as melhores, piores e mais prováveis conjecturas que você pode imaginar?
O PLANO
  • Você pode resolver todo o problema? Parte do problema?
  • Que solução gostaria de ter? Você pode desenhá-la?
  • Que parcela do desconhecido/incerto você pode determinar?
  • O que você pode deduzir da informação que tem?
  • Você usou toda a informação?
  • Você levou em consideração todos os conceitos e opiniões essenciais relacionadas ao problema?
  • Você pode separar os passos do processo de solução de problemas? Você pode determinar a correção de cada passo?
  • Que técnicas de criatividade você pode usar para gerar ideias? Quantas técnicas diferentes?
  • Você pode visualizar o resultado? Quantos tipos diferentes de resultados você pode visualizar?
  • De quantas maneiras diferentes você tentou solucionar o problema?
  • O que outros fizeram?
  • Você pode intuir a solução? Pode verificar o resultado?
  • O que deve ser feito? Quem deve fazê-lo? Como? Onde? Quando?
  • O que você precisa fazer agora?
  • Quem será responsável por isto?
  • Você pode usar este problema para resolver outro problema?
  • O que faz este problema único e diferente de qualquer outro?
  • Quais os melhores pontos de verificação para avaliar os progressos?
  • Como você poderá saber se foi bem sucedido?
A aplicação do checklist é como colocar o problema na palma de sua mão, manuseá-lo e examiná-lo sob diferentes ângulos. Você pode virá-lo de cabeça para baixo, olhar por cima, por baixo e pelos lados. Você pode se afastar e tentar ver o todo, ou se aproximar e examinar todos os detalhes importantes.
Texto sugerido por: Gilles de Paula

Fonte: http://criatividadeaplicada.com/2013/03/07/para-cada-problema-complexo-existe-uma-resposta-clara-simples-e-errada/

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