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sexta-feira, outubro 01, 2010

A importância da interação na aprendizagem

Autor: Paulo Campos

Nas aulas e palestras que ministro, tenho sempre a preocupação de fazer com que o encontro seja mais participativo e menos expositivo. Lembro uma vez, em 2002, num evento da HSM em que Peter Senge, renomado professor americano do MIT (Massachusetts Institute of Technology), propôs às mais de três mil pessoas na platéia que mexessem as suas cadeiras e formassem quartetos para conversar sobre a forma como as empresas aprendiam e ensinavam. Naquela manhã, entendi a importância de fazer com que o aluno e/ou ouvinte fosse o protagonista da aula. O que aprendemos fazendo não esquecemos, e quando podemos interagir com os outros aumentamos a velocidade e a profundidade desse aprendizado.

Atualmente a tecnologia tem contribuído muito para que cada um de nós possa escolher a sua forma de aprender, quando aprender e principalmente responder a pergunta: “Por que eu quero aprender?”. A Andragogia, ciência que estuda formas de auxiliar o adulto a aprender, defende em um dos seus princípios que a independência e autonomia do aluno são fatores-chave para um aprendizado efetivo e contínuo. Apesar disso, muitos adultos quando estão em sala de aula ainda assumem o papel de aluno (das “antigas”) e ficam esperando o professor passar a matéria para copiar.

Um tema que tenho tido a oportunidade de estudar e aplicar no LabSSJ,  empresa onde trabalho, é o Social Learning. Segundo essa teoria, o comportamento humano é orientado pela observação de outras pessoas e esse “olhar atento” reforça o poder da interação e das trocas de experiências durante o aprendizado. Enquanto para a criança experiência é o que ela faz, para o adulto experiência é o que ele é. É fundamental que no início de uma aula ou palestra, o facilitador investigue o conhecimento e a experiência dos participantes sobre o assunto e, a partir dele, faça o ajuste necessário de tal forma que a aula fique atraente, compreensível e prática.

O Social Learning tem como foco a aprendizagem que ocorre entre as pessoas e as suas redes de relacionamento e combina práticas formais e informais. Atualmente, é mais efetivo que cada um de nós encontre a maneira “preferida” de aprender e, a partir dessa consciência, também passe a explorar outras formas de aprendizado. Por exemplo: quer aprender sobre a pratica da Liderança? Você pode ler um livro sobre o assunto, assistir a uma palestra sobre o tema, seguir um especialista do assunto pelo Twitter ou fazer um curso de e-learning. Nos quatro exemplos, perceba que é você que deve ter um papel de protagonista em seu desenvolvimento.

Esse tema sobre as possibilidades de aprendizado em rede é muito atual e significativo. Na semana passada, ocorreram, entre outros, três eventos nessa linha em São Paulo: Vivo Educa, OnWeek e Cultura Digital. Todos trouxeram palestrantes para discutir temas como educação, tecnologia, Social Learning, propósito e inclusão digital. Mesmo sem sair da sala de aula, consegui acompanhar o que acontecia nos eventos através do Twitter, vídeos indicados, bibliografia sugerida e também pude aprender e compartilhar os conteúdos com os meus seguidores no Twitter. Além disso, passei a seguir e interagir com novos “colegas de aprendizado”.

Se você quer conhecer um pouco mais sobre Social Learning acesse o link
 http://www.youtube.com/user/labssj#p/u

Na aprendizagem de adultos favoreça a interação entre as pessoas, estimule sua curiosidade, permita um tempo para absorção e aplicação e, principalmente, faça com que eles percebam que esse hábito, de aprender sempre, é cada vez mais um diferencial para a vida profissional e pessoal. Se você é líder de uma equipe, contribua para essa cultura da aprendizagem, escolha um tema e compartilhe com ela. Mas lembre-se: a melhor forma de participar de conversações informais é a espontaneidade.

E aqui vai uma Dicaduka: na próxima aula na faculdade ou palestra a que for assistir, faça uma pesquisa com antecedência sobre o tema que será apresentado e registre numa folha suas principais conclusões até aquele momento. Ao final da aula/palestra, releia o que escreveu e acrescente suas descobertas. Tenho certeza que você irá lembrar-se da genial frase do genial Albert Einstein: “Uma mente uma vez expandida jamais retorna ao seu estado original”.

Fonte: http://vocesa.abril.com.br/blog/mochileiro-corporativo/2010/09/28/pessoas-interacao-aprendizagem/

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