Autor: Abilio Diniz
Um dos segredos para manter o alto rendimento de uma equipe é o bom relacionamento entre os integrantes dessa equipe. Isso porque, um ambiente de trabalho agradável é fundamental para a manutenção da alta produtividade de uma empresa. Segundo Cristina Limongi, professora e coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Gestão da Qualidade de Vida no Trabalho da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), o líder exerce um importante papel nessa tarefa.
“Cabe à liderança harmonizar o perfil da equipe”, diz a professora da USP. Ela cita o exemplo de um funcionário que tem grande dificuldade para lidar com um colega que é muito assertivo, agressivo ou muito informal. “Nesse caso, se não houver a interferência da liderança, em pouco tempo cada um vai para um canto, não tem jeito.” Cristina complementa que durante esse processo de harmonização, o líder deve criar tarefas que protejam as características individuais e, ao mesmo tempo, estimulem as qualidades de cada componente da equipe. Para o bom convívio no trabalho não é preciso ter os mesmos gostos do colega, mas é essencial saber com clareza os limites de cada um, além de desenvolver certa tolerância às características dos outros.
Os líderes, afirma a professora da USP, também precisam estar atentos ao clima competitivo entre os funcionários, estimulado muitas vezes pelas próprias empresas. “É como o trânsito. Quando há um farol, ou você é cuidadoso na hora de passar por um cruzamento, ou você atropela, ou é atropelado. Não dá para duas pessoas ocuparem o mesmo cargo ao mesmo tempo. Estamos falando de uma competição; quanto mais claro é o papel de cada um, menor o aspecto predatório da atividade”, diz.
Para Cristina, a idéia de que acirrar a competição aumenta a produtividade é questionável. “Temos que tomar cuidado, porque o lixo emocional produzido num ambiente competitivo é muito grande”, afirma. Ela explica que o aumento da competitividade pode gerar desconfiança, depressão e apatia em relação ao trabalho, além de provocar problemas de abuso de autoridade. “É uma permissão para magoar e invadir a personalidade do outro. Depois, esse comportamento cria uma roda-viva.”
Além disso, complementa Cristina, não está comprovado que a estratégia de aumentar a competitividade produza resultados. “Traz tanto problema de gestão que seria mais simples fazer o caminho certo. Isto é, fazer uma equipe legal, educada e responsável”, defende. “Por muitos anos, a gente administrou como se não existissem pessoas, só perfil e competência. Descobriu-se, no entanto, que algumas coisas podem ser feitas tratando pessoas como pessoas, não como máquinas.”
Fonte: http://abiliodiniz.uol.com.br/Artigo.aspx?Id=15
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