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quarta-feira, agosto 25, 2010

Aprender a Desaprender

Aprender a desaprender significa evoluir, deixar aquilo que acreditamos e aceitar novas verdades.

Autor: Rubens Fava

Na verdade não estou aqui para dar uma receita de sucesso já pronta e tão pouco quero me colocar como mestre a ensinar até porque ainda tenho muito, mas muito mesmo a aprender, entretanto, saiba que não é possível criar a trajetória de uma carreira de sucesso, mas, é perfeitamente possível construí-la e esta construção passa necessariamente pelo esforço e pela dedicação. Eu diria que a confiança em si mesmo é o primeiro segredo do sucesso e a disciplina é a sua parte mais importante. Construir uma carreira de sucesso requer mais do que um diploma de primeira linha, exige disposição em aceitar que sempre há algo novo para aprender, saber lidar com os erros e aproveitar as oportunidades. O Dr. Roberto Shinyashiki ensina o que ele acredita ser a postura de um vencedor quando diz que; “Quando não sabe, pergunta. Quando não pode, não promete. Quando promete, cumpre. Quando sabe, assume. Quando assume, faz”. É certo, porém, que somente o esforço e a dedicação também não são suficientes.

Em primeiro lugar é preciso estar aberto às mudanças e estar aberto às mudanças é o mesmo que aprender a desaprender.

Hoje se fala muito em aprender a aprender. Aliás, aprender não é só uma questão de se inscrever em um curso e ser alimentado de informações à força. O verdadeiro aprendizado vem de ter curiosidade constante sobre o mundo e aproveitar as várias oportunidades que surgem. Requer leitura e questionamentos constantes, afinal, o segredo para uma vida calmamente satisfatória é o conhecimento. Infelizmente, a quantidade mínima de conhecimento aceitável aumenta constantemente e o conhecimento em si muda com a regularidade de uma queda d’água. Isto significa que o que anteriormente estava no topo, hoje não tem nada a ver. É possível ser exótico, talvez, quando se tornar obsoleto, mas não interessante, uma vez que algo interessante depende de se ter interesse. O hábito de aprender é o que nos realiza, nos faz sobreviver e nos mantêm interessados. Existem três condições para aprender; vontade, disciplina e metodologia, por outro lado aprender a desaprender também exige estas três condições, porém, existe uma outra variante importante que é o desapego.

Aprender a desaprender significa evoluir, deixar aquilo que acreditamos e aceitar novas verdades e como é difícil. Existe uma ferramenta em qualidade total que se chama 5S, onde o primeiro S é o descarte, todos que já trabalharam com esta ferramenta sabe como é difícil convencer as pessoas a abrir mão de objetos e coisas, a resistência é terrivelmente grande para estas coisas físicas e materiais, agora imagine como é difícil descartar idéias, verdades absolutas e dogmas que construímos e carregamos ao longo de nossas vidas, como é difícil mudar.

Hoje se fala muito em mudança, porém, uma coisa é decidir mudar a forma de ser, de agir e de entender o mundo partindo de insight de um curso, de uma informação recebida, de um livro que leu, de um bate papo com um amigo. Outra, muito mais desafiadora, é mudar de fato. Bastam lembrar as deliberações do Ano Novo, as decisões de começar um regime, as tentativas de aprender uma nova língua, etc... , porém, temos que acreditar. No fundo, no fundo o que eu quero dizer com aprender a desaprender é que o problema nunca é como trazer idéias novas e inovadoras para a sua mente, e sim, como tirar as idéias velhas de lá. E a questão é, de onde vem as idéias novas ?

Eu diria que vem das diferenças, vêm da criatividade que vem de justaposições improváveis. Uma idéia nova é boa quando é eficaz e pode ser a competência essencial mais valiosa que um gestor de sucesso pode esperar ter, por outro lado, ninguém pode ter uma boa idéia nova a menos que esteja pronto, disposto e capaz de brincar a sério. Isto pode parecer uma aberração, mas não é, ao contrário, trata-se da essência da inovação. Nesse novo regime, a riqueza decorre diretamente da inovação, não da otimização. Ou seja, o sucesso não provém de aperfeiçoar o conhecido, mas, de apreender imperfeitamente o desconhecido.

No mundo competitivo de hoje, eu diria que já não basta saber de tudo um pouco, é preciso saber de tudo, muito e neste mundo de mudanças para se obter sucesso, todos temos que tentar estabelecer monopólios e ao mesmo tempo, temos que ser fiéis ao quê e a quem somos. Numa sociedade totalmente transparente, não podemos mais fingir que trabalhamos, nem podemos tentar ser uma outra pessoa. Historicamente, quem era diferente enfrentou dificuldades. Hoje, a anomalia é a receita para sobreviver. Agora é muito comum as empresas recompensarem os fracassos excelentes e penalizarem os êxitos medíocres, neste sentido o grande Tom Peters tem uma frase interessante; “Torne-se distinto... ou acabe extinto”. Isto significa que se não houver nada muito especial sobre o seu trabalho, por mais que você se aplique ninguém irá reparar em você. E isso cada vez mais significa que também não irão lhe pagar bem. Não importa o que você faz, para ser bem sucedido você tem de ser original. Qualquer empresa tem suas atividades, suas regras, seus procedimentos e convenções, mas, estas regras e convenções foram feitas também para serem quebradas. A maioria das grandes descobertas e avanços em todo as áreas é conseqüência de iniciativas de pessoas que ousaram quebrar as regras.

Um outro fator que pode contribuir para uma receita de sucesso é a humildade. Como a maior parte dos egocêntricos parece encontrar seu caminho nos negócios, os que são realmente humildes custam a ser reconhecidos. É muito comum gestores chegarem á conclusão de que são o começo e o fim de tudo o que acontece dentro da empresa. Há aqueles que querem passar a impressão de serem humildes, mas, ao mesmo tempo não admitem que os outros deixem de saber algo de significativo a seu respeito. Utilizam-se de uma falsa humildade, com sentenças cuidadosamente elaboradas, que na fachada mostram-se vítimas, mas, no seu âmago abrigam uma mensagem de superioridade que os levam a pensar; “sou o único aqui que faz com que as coisas funcionem”.

Se tivesse que dar uma última dica diría; não seja ganancioso, mas seja audacioso, procure ser o primeiro sempre, seja diferente, mas acima de tudo seja justo, tenha respeito ao seu nome, pois tudo passa, mas, ele permanecerá com você para sempre.

Fonte: http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/aprender-a-desaprender/436/

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