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terça-feira, junho 21, 2011

A outra face da liderança

Autor: Ivan Postigo

É interessante como as pessoas gostam de tratar liderança como algo natural e  positivo.

E ainda falam de um processo educativo, como se para isso existisse um manual.
O enfoque da liderança, como processo, poderia nos levar a dizer:

Liderança é o processo de condução de um grupo de pessoas, transformando-o numa equipe, de forma que contribuam voluntariamente  para alcançar os objetivos propostos.

Se o enfoque fosse habilidade natural, diríamos:

Liderança é a habilidade de exercer influência  sobre um grupo de pessoas, de forma que contribuam voluntariamente para alcançar os objetivos propostos.

O assunto fica restrito a esses dois pontos? Logicamente que não, afinal há pessoas que não conhecem processos de condução de grupos, não tem habilidade e lideram. Não querem, mas lideram!

Se você ainda não se deu conta como, veja : lideram por motivação.
Como definiríamos essa situação?

Liderança é o poder de  dar  motivos à um grupo de pessoas,  de forma que contribuam voluntariamente para alcançar um objetivo.
Objetivo formado por aquela idéia, cuja bandeira pode ter sido levantada apenas pela reflexão!

As diferenças nas frases são sutis, mas não os fatos que as geraram.

Interessante, também, é que uma palavra  costuma integrar as definições de liderança: ética.

Ora, não faltam na história exemplos ruins de condução de grupos, quer por processo, habilidade ou poder de motivação.  Onde entra a ética nessa questão?

Não seriam essas situações consideradas lideranças e os personagens líderes, ainda que nefastas?

Poderiamos pensar em dois tipos de escolas, a Escola de líderes e a Escola para líderes?

Uma que busca encontrar líderes: Escola de líderes – aquela que visa ensinar as pessoas a se tornarem líderes, despertando qualidades que as façam liderar, e,  quando não as têm, ensinando processos de condução de pessoas, métodos de motivação e ética.

E outra que visa o aprimoramento de líderes: Escola para líderes- aquela cujos alunos foram identificados com talentos para liderença, mas precisam aprender técnicas de motivação, processos de  condução de pessoas e ética.

E porque as pessoas, sem aptidão, deveriam tentar descobrir dentro delas algo que as permitissem liderar, se comandar é um tema menos complexo?

Para comandar você só precisa de objetivos, regras e estar investido de autoridade.
Seria porque imaginamos que sob liderança o clima poderia ser mais brando? Nem sempre!

Desenhemos uma situação:

A direção da empresa é composta por quatro pessoas, o presidente e três diretores. Você é um dos diretores.

Algumas medidas precisam ser tomadas com urgência, a pressão da matriz está terrível. Depois de horas de debates, três deles, inclusive o presidente, concordam com um caminho, exatamente aquele com o qual  você discorda radicalmente. No plebiscito você é voto vencido e não se conforma com as medidas que serão tomadas.

Você tem enorme influência sobre as equipes, mas sabe que se “bater de frente” com os dirigentes irá para o olho da rua. Disso não tem a menor dúvida.
O que você faria?

Vai em frente, levanta a bandeira, liga para a matriz e entra em choque com os demais,  pagando o preço pela liderança ou aceita a situação, integrando-se como mais um soldado?

Isso vai lhe custar alguma coisa também, afinal muitos liderados deixarão de vê-lo com tal!

Há um ditado antigo, no qual vou pegar carona. Diz o seguinte:

“Não chame de honesto um homem que nunca teve a oportunidade de roubar.”

Diria o mesmo sobre a  liderança: “Não chame de líder o homem que nunca esteve sob fogo pesado”.

Sempre me provocou dois aspectos nas avaliações de desempenho:

  • O primeiro, é que sempre há um item para avaliar o  nosso perfil como líder;
  • O segundo, quando há alguma discordância, que se solicite ao avaliador para que deixe claro como seremos avaliados no futuro, para agirmos como tal.

Sabendo, sempre, que a discordância pode impedir promoções, aumentos, transferências, ou gerar medidas disciplinares.

Sim, mas e a liderança? Inibida?

A verdadeira face da liderança é exercê-la, também, quando riscos existem e  preços precisam ser pagos.

Nelson Mandela, por sua liderança, esteve preso por quase três décadas.

Qual o maior preço que você pagaria por sua liderança?

Antes de responder reflita e veja se realmente já esteve sob fogo pesado!

Fonte: http://ogerente.com.br/rede/recursos-humanos/preco-da-lideranca/

terça-feira, junho 14, 2011

Absenteísmo é só a ponta do iceberg

Autor: Ivan Postigo

Absenteísmo é o termo usado para designar a ausência do trabalhador na empresa.

Uma questão grave e complexa para as organizações, pois envolve remunerações, perdas de produção, gastos extras, que provocam prejuízos.

Muitos estudos e pesquisas apresentam as causas das ausências relacionadas à capacidade física e psicológica das pessoas, e à falta de motivação para o trabalho, influencida por fatores internos e externos à empresa.

A motivação para a assiduidade também é afetada por procedimentos organizacionais, como recompensas e punições.

A declaração de missão de muitas empresas traz suas crenças e valores, pois as reconhecem em suas culturas como aspectos de integração, participação e comprometimento.

A questão, tratada de forma direta, nos leva a perguntar: por que uma pessoa integrada, participativa e comprometida se ausentaria do trabalho?

Esse assunto gera acalorados debates e um frio na espinha dos gestores de recursos humanos, que procuram apoio de médicos, psicólogos, assistentes sociais, mas muitas vezes mantêm-se afastados dos gestores das áreas onde a incidência é signifitiva.

Vamos a alguns casos práticos, expostos para reflexão.

Silva é um supervisor intransigente e de difícil trato. Os funcionários o evitam, preferiam não ter que trabalhar com ele. Pelos anos de casa Silva conta com apoio do gerente e respeito da direção.

Verdade seja dita, seu chefe imediato miniza os contatos também, conversando assuntos estritamente necessários, e usa como ponte a habilidade de sua assistente Neusa, quando deste não quer se aproximar.

É justamente em sua área que o absenteísmo apresenta maior incidência.

Quando um funcionário lhe dizia que chegaria atrasado, pois tinha algumas questões para resolver fora da empresa, ele simplesmente respondia: – Se vai atrasar, não precisa vir!

A regra se estabeleceu, as pessoas se ausentam e depois comunicam. Mesmo os novatos, assim que chegam, são orientados quanto à cultura pelos colegas.

Teodoro, líder de uma das turmas, gosta de “tirar o máximo que pode do dia”. O ritmo de trabalho em seu setor, quando chegou, era alucinante. Não durou muito a proeza. É ali, justamente, onde a quantidade de afastamentos e ausências de trabahadores se mostra preocupante.

O trabalho pesado e repetitivo têm provocado baixas e Teodoro não se mostra sensível para analisar o fato com seus colegas de recursos humanos.

Pedro, supervisor da área ao lado, não. É camarada e compreensivo. Mantém as portas abertas e diálogo franco, mas vive um dilema.

Na equipe se deparou com dois colaboradores com perfis diferentes, competentes, mas que lhe provocam a sensação de excesso e falta de comprometimento, como dizia à Joel, o gerente de recursos humanos.

Um deles, Benê, vive às turras com a esposa, que o quer por perto sempre que leva Pedrinho, o pequeno filho, ao pediatra.

Sua presença nas festinha da escola do rebento é mais um motivo para os desentendimentos, entre outras. A situação é pública, gerando algumas observações dos colegas: “antes de pedir à Benê que faça algo é melhor perguntar se virá!”

Bill já tem outro comportamento. Dia desses a “menina do meio“ sofreu um pequeno acidente e passou por uma rápida cirurgia. Preocupado e zeloso, esteve ao lado da esposa no hospital. Terminado o procedimento e tranquilizado pelo médico, que lhe explicara que nada grave havia ocorrido, acertou com a esposa que iria para a empresa e no fim do expediente voltaria.

Os amigos, inconformados, lhe diziam: – Bill, o que você está fazendo aqui, filha está hospitalizada?

Bill, com toda paciência do mundo, procurava acalmar todos explicando que fora mais o susto e que, com seis filhos, se cada vez que um ficasse doente ele se ausentasse, jamais trabalharia.

Absenteísmo, mais do que a pura ausência do trabalhador, costuma estar ligado à falta de entendimento de questões importantes que precisam ser gerenciadas.

Ouvir todos os envolvidos permitirá o esclarecimento do problema, pois para essa complexa questão, que tanto desconforto gera, há um ditado popular bem adequado: “Toda panqueca, por mais fina que seja, sempre tem dois lados”.

Por essa razão, esteja atento, absenteismo é apenas a ponta do iceberg. 
Para conhece-lo, a única forma é mergulhar em águas frias.

Fonte: http://ogerente.com.br/rede/recursos-humanos/absenteismo-nas-empresas

quinta-feira, junho 02, 2011

Reuniões improdutivas

Autor: Augusto Uchôa

As cansativas reuniões com pouco resultado é um mal necessário? Leia mais.

O tema do artigo é algo que ninguém está isento, independente das carreiras escolhidas e níveis hierárquicos: são as cansativas reuniões improdutivas. Considerarei, nesta análise, apenas reuniões presenciais. São duas notícias, uma boa e outra ruim. A ruim é que esta doença corporativa nos seguirá até o final de nossas vidas e o lado positivo é que ela tem cura, desde que toda empresa se empenhe em mudar este sintoma.

As estatísticas mostram que o nível gerencial passa 50% de seu tempo em reuniões. Já a diretoria gasta ¾ de um dia de trabalho enclausurada em reunião. É muito tempo perdido. Quando afirmo que este “mal” nos seguirá até o final das nossas vidas, é por que acredito que há uma relação direta entre as reuniões improdutivas e o ser humano, isto mesmo, trata-se de uma característica comportamental organizacional. Duvida? Veja alguns motivos:

- Olha como eu trabalho - Os gerentes usam as reuniões para mostrar que, efetivamente, estão trabalhando, tanto para subordinados quanto para níveis superiores.

- Poder / Carência - Alguns usam as reuniões pelas falsas sensações de aceitação (característica simples de comportamentos de grupos), além de poder, principalmente quando assume a função de mediador ou quem tem a palavra.

- Todos fazem mesmo - As reuniões são feitas simplesmente porque todo mundo faz. O motivo não interessa, se virou gerente é quase um pré-requisito.

- Quem está na reta? - Reuniões servem para buscar, constantemente, culpados em todos os níveis e criar alianças.

- Deixa para a próxima - A procrastinação também é um bom motivo, convoca-se uma reunião para marcar a outra e postergar a decisão, criando-se um ciclo sem fim.

Pesquisando mais sobre o tema descobri que, devido à insatisfação geral, empresas como Pão de Açúcar e Colgate estão contratando ou treinando mediadores de reunião. Estes profissionais têm conhecimento específico para liderar discussões, possuem técnicas de gestão do tempo e também são responsáveis por evitar que as pessoas cheguem à reunião sem saber a pauta, por manter o foco do debate e por garantir que todos saiam do encontro com atividades definidas. Vamos, então, aos possíveis remédios:

Remédios tarja vermelha
1 – Defina claramente o tema - A literatura sobre a metodologia das reuniões recomenda que a agenda esteja previamente estabelecida e que todos os participantes tenham conhecimento dela.

2 – Marque horário para começar e terminar - O término é mais importante que o início. Comece na hora mesmo que todos não estejam na reunião, pois isto forçará que os atrasados se apressem nas próximas.

3 – Mantenha o número mínimo de pessoas - Reuniões grandes são mais improdutivas que menores. Se o processo de decisão envolver muitas pessoas, faça outros encontros com a mesma agenda.

4 – Foque sempre - Se alguém estiver saindo do tema, não o corte. Agradeça a participação e explique gentilmente que não é o momento. Reunião deveria ser similar ao Twitter para que todos falassem suas ideias em 140 caracteres.

5 – Desligue os celulares - Só atenda o telefone se for Deus ou o Presidente (não seria um sinônimo?)

Remédios tarja preta (uso controlado):
1 - Fique de pé - Ficar em pé gera um desconforto que serve como bom motivo para agilizar as decisões;

2 – Fuja da sala de reunião - Autores norte-americanos e novos gestores da geração Y sugerem reuniões no corredor ou em local aberto (varanda ou saguão) para que os participantes fiquem expostos e não caiam na tentação de “empurrar as soluções com a barriga”. Alguns mais radicais cortam até água e café.

Parece simples, mas não é, requer disciplina e controle, principalmente de egos. Se você, assim como eu, se sente incomodado com estas discussões intermináveis, divulgue este tema na sua empresa. Caso não dê certo, tente acertar em cheio o bolso da sua empresa.
Indique um site interessante, chamado Meet or Die: nele você poderá incluir quantas horas durou sua última reunião, qual o setor que trabalha, o tamanho da sua empresa e os cargos dos participantes para, a partir dos dados, descobrir quanto dinheiro foi desperdiçado nesta reunião pela sua empresa. Talvez esta seja a única cura deste eterno sintoma.

Depois me diga se deu certo.

Augusto Uchôa (Graduado em Comunicação Social pela ESPM, mestre em Administração de Empresas pelo Ibmec-RJ com especialização em Marketing, doutorando pela Coppe/UFRJ, consultor de empresas e fundador do Boteco do Conhecimento. Atualmente ministra aulas pelo IBMR-Laureatte e palestras sobre os temas Marketing, Negociação, Serviços e Relacionamento)

Fonte: http://www.hsm.com.br/editorias/negociacao/reunioes-improdutivas