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sexta-feira, fevereiro 28, 2014

Criatividade no trabalho torna a produtividade muito mais prazerosa

Autor: Américo Barbosa

Aliar prazer e produtividade no trabalho é possível. A criatividade ajuda a encontrar processos e resultados inovadores que, na grande maioria das vezes, ajuda a melhorar o resultado pretendido com o esforço.

O ser humano, ao longo da vida, se torna cada vez menos criativo. Mas é essa característica que serve como primeiro passo para vencermos os paradigmas do nosso dia a dia, na empresa, em casa, na vida.

No mundo empresarial, o profissional que sabe usar a criatividade a seu favor é capaz de enxergar o que pode ser modificado em prol de prazer e produtividade e diferenciá-lo do que não muda.

O segredo está em educar a percepção e buscar não a resposta certa, mas a pergunta certa. Os paradigmas são problemas que costumam se tornar quase-definitivos na nossa mente, e a forma como lidamos com eles é que os torna inquebráveis ou não.

Como uma pessoa enxerga os fatos que aparentemente não têm solução? Quem responde que determinado problema ‘não tem jeito’ ou que o modo de executar certa tarefa ‘sempre foi assim’ acostuma-se a nunca buscar uma solução criativa.

Perguntas certas

Isaac Newton, inglês que viveu no século XVII, revolucionou o estudo da física ao desenvolver as principais teorias da gravidade. Se ele tivesse simplesmente reclamado porque uma maçã lhe caiu na cabeça, talvez não tivesse pensado em um modo de explicar por que aquela fruta caiu sobre ele.

Albert Einstein, alemão que formulou a teoria da relatividade, se tornou notável ao resolver um paradigma científico formulado por Newton 200 anos antes. Enquanto todos os outros achavam que o problema não tinha solução, ele simplesmente olhou de forma criativa para o céu e fez uma pergunta simples e divertida: será que a luz faz curva?

A primeira postura para quebrar os paradigmas é fazer as perguntas certas. Não é maravilhoso? Você só precisa formular dúvidas. Os chineses quando contratam alguém sempre perguntam: você tem dúvida? Em geral o candidato, afoitamente e cheio daquela autoconfiança corporativa responde com tom super afirmativo: não tenho dúvida. E aí o seu líder ou examinador lhe diz: você imaturo. Mas se ele responde que tem dúvida, vai ouvir: você maduro né. Claro que logo após ele espera que o seu funcionário formule uma dúvida criativa. Igual como uma criança fazendo aquela pergunta criativa que deixa o pai todo orgulhoso frente às visitas.

Quando alguém vem falar que algo não tem solução ou não vai dar certo, é preciso questionar ‘por que não?’. Dizer isso de forma fundamentada ajuda a avaliar se há alguma chance de quebrar um paradigma e transformar algo impossível em um bom resultado.

Depois, é preciso dizer “e daí?” para os acomodados e pessimistas que previam resultados desastrosos para um projeto ou processo inovador. O criativo deixa-se envolver pelo problema para encontrar a solução, mas não se deixa ser engolido por ele. Essa diferença demonstra atitude proativa diante das dificuldades e vontade de enfrentá-las.

Disseminando criatividade

O ambiente é determinante para incentivar a criatividade. O mercado está sempre mudando. Por esse motivo, a criatividade e a inovação são as chances que as empresas têm para se renovar. Mas há empresas que pensam no mercado como algo sempre igual. Uma empresa criativa só se faz com pessoas criativas.

É uma questão da cultura da companhia. Uma secretária criativa vai estimular seu executivo e vice-versa. É uma cadeia de Criatividade. Até a copeira vai sentir que pode servir o café de um jeito novo. Não é preciso ser um Professor Pardal, basta buscar fazer as coisas de forma mais prazerosa, inovadora, profissional e produtiva.

A mais famosa pesquisa sobre a capacidade criativa foi feita por dois americanos, os pesquisadores  George Land e Beth Jarman. A conclusão, publicada no livro Pontos de Ruptura e Transformação (Cultrix, 1995), mostrou que os níveis de criatividade caem drasticamente ao longo da vida. O estudo acompanhou 1600 jovens durante 15 anos. Os testes de seleção de cientistas e engenheiros inovadores da agência espacial dos Estados Unidos (Nasa) serviram de base para o estudo. Na primeira aplicação da prova, em crianças com idades de três a cinco anos, o índice de criatividade medido pelos pesquisadores foi de 98%. Aos dez anos, esse percentual caiu para 30%, e diminuiu novamente para 12% quando os mesmos voluntários estavam com 15 anos.

Um levantamento similar feito pela dupla, dessa vez com 200 mil adultos, verificou uma capacidade criativa de 2%. Uma das explicações para o fato é de que o ambiente – escola, família e trabalho – não incentiva a criatividade, mas a repetição de modelos já testados – e nem sempre eficientes. Nós adoramos entrar na zona de conforto. E vamos ficando medíocres. Na média silenciosa dos que não lideram novas bandeiras.

Mas é cientificamente comprovado que uma vida robótica é ruim porque não estimula o cérebro a produzir novos caminhos. Os velhos caminhos, soluções de sempre não estimulam a produção de neurotrofinas . Neurotrofinas são as proteínas que fazem as pontes entre os neurônios. E elas começam a diminuir após os 25 anos. Buscar caminhos novos, quebrar rotinas, ver as diferenças nas coisas iguais. Ou ver igualdade nas coisas diferentes estimula a produção de neurotrofinas.

O que precisamos saber é que tudo pode ser feito, sempre, de uma maneira melhor. E, para as empresas, a mensagem é de que estimular a criatividade é o caminho para antecipar necessidades e fabricar um futuro de sucesso. A necessidade é mãe da inovação. Mas ela precisa ser reconhecida. E a criatividade, é a melhor mola para a competitividade agradável e feliz.
Um bom começo é ler o Guardador de Rebanhos de Fernando Pessoa. E começar a praticar o que ele diz: penso com os olhos, penso com os ouvidos…

Fonte: http://blog.maistempo.com.br/2014/02/27/criatividade-no-trabalho-torna-a-produtividade-muito-mais-prazerosa/

terça-feira, fevereiro 18, 2014

Será que realmente podemos confiar naquilo que pensamos ser?

Autor: Marcos Rezende

Momentos após eu ter nascido, enxerguei muitas luzes, a maioria sem forma.

Encontrei minha mãe e um aconchego muito grande em seus seios para me alimentar com leite e carinho. Ouvia sons estranhos de muitas coisas e encontrei em outros abraços mais amor e conforto. Puseram-me roupas e me deram brinquedos. Muitas pessoas foram me ver e brincar comigo enquanto eu ainda tentava identificar aquelas formas e sons.

Com alguns dias de vida, eu já focava alguns objetos enquanto abandonava outros que compunham a mesma cena. Também focava sons dando mais valor ao silêncio que havia entre eles para poder ouvi-los melhor. Tudo começava a fazer sentido.

Os sons geralmente eram os mesmos e assim também eram as imagens. Das imagens que eu via, eliminei aquelas que não via tanto para me fortalecer naquelas mais vistas. Das pessoas, foquei no meu pai e na minha mãe. Dos objetos, já podia identificar quando estava em casa. E dos sons, já conseguia identificar aquele que todos se referiam a mim como meu nome.

E a vida foi se desenvolvendo na medida em que eu me desafiava a focar algumas coisas e abandonar outras.

  • Para ler uma palavra na escola, por exemplo, precisei abandonar todas as outras letras do papel e focar naquelas letras que estavam juntas entre dois espaços em branco.
  • Na rua, precisava abandonar os objetos parados para me concentrar naqueles que se movimentavam se eu quisesse ir de um lado ao outro da calçada.
  • No trabalho, anos mais tarde, tive que abandonar todos as outras atividades desempenhadas pela empresa onde trabalhava para poder focar apenas naquela atividade que somente eu era designado a fazer.

Sempre tive que escolher uma opção para focar o meu olhar, abandonando todas as outras que existiam. Essa é a história da minha vida e assim imagino que também seja a sua.

Será que fizemos certo? Será que fizemos errado? Nunca iremos saber.

A única coisa que sabemos é que, com certeza, tivemos que abandonar muitas possibilidades para ficar com outras em uma razão provavelmente muito maior que um para mil. De mil possibilidades, escolhíamos uma que nunca saberemos se foi a melhor ou não. Aliás, nem vale à pena pensar nisso. Melhor é pensar pra frente. No que vamos fazer com as outras tantas possibilidades que são apresentadas a nós diariamente de hoje até a nossa morte.

No entanto, vale a reflexão. Termos abandonado inúmeras possibilidades para escolher apenas uma foi o que nos fez chegar até aqui da forma que nos reconhecemos hoje. Naturalmente nossas escolhas anteriores foram influenciando as outras até que se formou uma linha histórica da nossa vida sob os nossos pés.

Mas e se eu tivesse sido criado somente por um dos meus pais ou por pais adotivos? Ou se eu pudesse não ter estudado as coisas em uma sequência e estudasse apenas o que me interessasse? E se no futebol eu torcesse para a Argentina mesmo sendo brasileiro? Ou se eu trabalhasse no meu ritmo fazendo o que eu gostasse para ser feliz e servir aos outros ao invés de sofrer como um pagador de contas profissional?

Com tantas possibilidades abandonadas, eu só posso chegar a conclusão de que não estou certo sobre quase nada a respeito da vida.

Toda confusão que sentimos dentro de nós acontece porque passamos toda a vida transformando algo que “está” em algo que “é”.

Estou escrevendo este artigo neste momento e me intitulo escritor. Estou pai neste momento e me intitulo pai. Estou pensando neste momento e me intitulo indivíduo. Enfim, tudo o que fazemos durante a vida é tentar tornar infinito aquilo que tem fim. Até mesmo o nosso trabalho aqui, abandonando todas as outras possibilidades.

Tudo o que eu e você queremos é a felicidade. Queremos viver, perto das pessoas que amamos e consideramos. Queremos nos divertir e amar, mas infelizmente, por significar aquilo que está e não é, vivemos um conflito constante entre o que somos e o que estamos fazendo, tornando nossa própria vida um imenso presídio de onde não conseguimos escapar.

Nossa vida se tornou um presídio imenso de onde não conseguimos fugir. Crescemos com medo porque não enxergamos o todo. Seguramo-nos nas pequenas cordas que amarramos sobre um grande precipício de oportunidades imensas que não nos demos a chance de sequer observar, quiçá aproveitar. Conhecemo-nos parcialmente e também parcialmente conhecemos o mundo. Proteger-se e segurar-se em objetos e relacionamentos virou o senso comum.

Aí queremos mudar o mundo, trocar o governo, sair do emprego, encerrar a sociedade, terminar o namoro, comprar uma casa nova, fazer mais exercícios, conquistar o campeonato e saldar todas as dívidas porque precisamos de novas cordas para nos amarrar. Precisamos abandonar aquilo de que não gostamos para nos segurar em outra “coisa” que provavelmente é melhor que a anterior para que assim, fiquemos pulando de galho em galho sem firmeza.

Dispa-se dos seus conceitos

Nem mesmo quando estamos nus em frente ao espelho paramos de conceituar aquilo que vemos. Logo, como é possível aproveitemos as oportunidades infinitas que o mundo nos oferece se já saímos de casa não aceitando aquilo que somos e não o que estamos.

Enxergue-se como você é e repare que você não é gordo, incapaz, medroso ou velho. Você pode estar gordo, incapaz, medroso ou velho, mas sinceramente você não é nenhuma dessas coisas.

Você pode facilmente se decidir em abraçar as oportunidades mais saudáveis para comer, por exemplo, e se ver livre de hábitos que influenciam o seu “estar” hoje.

No meu trabalho como orientador de carreira para empreendedores, percebo muito claramente que a mentalidade faz toda a diferença na hora de assumir o risco de empreender, pois muitas pessoas estão habituadas a sentir medo e a cultivar crenças que não colaboram com o seu progresso, apenas as mantém onde a mentalidade de seus amigos, pares e familiares estão.

Se você leu esse texto até aqui e refletiu junto comigo sobre as coisas que abandonamos e as coisas a que nos prendemos, provavelmente chegou a mesma conclusão a que eu cheguei e que alguns homens e mulheres sábias que passaram pela Terra concluíram:

“Se você passar toda a sua vida aguardando a tempestade, você nunca vai aproveitar o raiar do sol” ~ Morris West

Nós escolhemos aquilo que queremos ver desde o momento que nascemos. Você pode olhar para o mundo agora e enxergar um monte de oportunidades ou enxergar um mundo de perigos. A vida é uma grande experiência na qual nós somos os observadores. Se decidimos escolher isto ao invés daquilo, isto será escolhido e ponto.

Preste atenção ao seu mundo, dispa-se das suas crenças e volte a ser quem é, abandonando quem você está.

Fonte: http://mude.nu/sera-que-nos-realmente-podemos-confiar-naquilo-que-pensamos-ser/
Texto sugerido pelo amigo: Gilles B. de Paula

terça-feira, fevereiro 04, 2014

O mito da disciplina

Hábitos são a chave para a consistência, não a disciplina

Autor: Leo Babauta
Tradução: Marcela Agra

A autodisciplina é um dos mitos predominantes na nossa cultura. E o mito é gigante. Benjamin Franklin possuía autodisciplina, com seu hábito de acordar cedo, sua checklist de virtudes e sua reflexão diária. Os melhores atletas também a possuem, com a disciplina para treinar mais do que qualquer outra pessoa, visando ganhar o ouro. Meus leitores frequentemente pensam que eu sou mais disciplinado depois que leem meu livro e a lista de hábitos e realizações que conquistei, como conseguir me exercitar, acordar cedo ou economizar.

Mas é tudo um mito.

Estou confiante de que se você aceitar que a disciplina é um mito, vai se libertar da culpa de não ser disciplinado, passando a ter poder para criar os hábitos que você deseja, sem que haja necessidade dessa disciplina ilusória.

Por que a disciplina é um mito

Eu tenho escrito sobre a ilusão da disciplina por quase 4 anos e meio, mas é necessário revisitar o tema de vez em quando. Especialmente quando leio artigos que, se não estivessem espalhando e perpetuando tal mito, seriam excelentes. Então, preciso dar um fim a essa ilusão agora.

Veja bem, a disciplina soa como um conceito perfeitamente válido, até você ir mais fundo. Disciplina não é um mistério. Só que na verdade ela é. O que é disciplina? Quanto possuímos dela? Como conseguimos mais? Se é pela prática, como você a pratica se não possui nenhuma disciplina para começar? Se eu não estou com vontade de fazer alguma coisa, como eu uso a disciplina para me forçar a fazê-la?

Tive muitas conversas com pessoas que acreditam piamente no mito da disciplina. Geralmente, elas acontecem mais ou menos assim:

Eu: O que é disciplina, exatamente? Qual a diferença entre ela e motivação (que é um conjunto de ações que podemos de fato colocar em prática)?

Amigo: A motivação puxa você em relação a alguma coisa, fazendo você querer fazer algo. A disciplina te empurra para alguma coisa, fazendo você fazer aquilo que não quer.

Eu: Ok, então se eu não tenho disciplina, como faço para consegui-la?

Amigo: Você pratica. É um músculo, que se torna mais forte com a prática.

Eu: Mas como eu vou praticar se não tenho disciplina?

Amigo: Apenas faça algo pequeno e depois continue praticando repetidamente.

Eu: Mas é preciso ter disciplina para fazer isso. Que ação em específico eu tenho que usar para me forçar a fazer algo se eu não quero fazê-lo?

Amigo: Você se obriga a fazê-lo de todo jeito.

Eu: Mas isso exige a disciplina que eu não tenho. Ok, digamos que eu esteja no sofá e eu quero sair para correr ou levantar para escrever. Como me obrigo a fazer uma dessas coisas? Que ação em específico?

Amigo: Você visualiza o resultado final, algo que você deseja.

Eu: Esta é uma ação de motivação e não de disciplina.

Amigo: Certo. Então você tem que planejar recompensas. Não, isto é motivação. Você se convence e se anima e diz a você mesmo que pode fazê-lo. Não, isto é motivação também. Você diz às pessoas o que vai fazer, foca nos aspectos agradáveis disso. Mas isso também é motivação. Talvez você só deva fazer aquilo que gosta, então… o que também é motivação.

Tudo aquilo que fazemos para nos convencer a fazer algo não é disciplina, mas motivação. E é por isso que a primeira é um mito. O conceito pode soar bem, mas não é útil. Quando o assunto é investir em ações que levem você a realizar algo, o único caminho a seguir é o da motivação, não o da disciplina. Por anos, eu tenho desafiado pessoas a me trazerem uma ação de disciplina que não seja motivação, e ninguém conseguiu.

Construa hábitos para alcançar consistência

Quando as pessoas falam sobre querer disciplina em suas vidas, o objetivo real, geralmente, é ser mais consistente em alguma coisa. Exercícios físicos, meditação, escrever ou outra atividade criativa, finanças, alimentação ou produtividade no trabalho são algumas recorrentes. Todas essas atividades são executáveis sem o conceito da disciplina. O que você precisa para atingir esses objetivos é a construção de hábitos. 

Hábitos não são bem entendidos por muitas pessoas, por isso eu criei o Curso de Hábitos. Neste curso, exploro o conceito de gatilhos, ciclos de feedback negativo e positivo, consistência, motivação, responsabilidade, apoio e outros fatores que ajudam a formar costumes.

Nenhum desses conceitos é nebuloso. Todos se traduzem em ações específicas que você pode executar no sentido de criar um costume. Se você quer ser consistente em alguma coisa, incorpore e execute ações que o levem a fazer desta coisa um hábito. Comece com coisas pequenas, para que esse processo de construção seja eficaz e bem-sucedido. Uma vez que a atividade estiver agregada à sua rotina, tornando-se de fato um hábito (e isso pode acontecer em duas semanas, dois meses ou mais tempo), você pode expandir a partir do que tem.

Hábitos são a chave para a consistência, não a disciplina. E eu posso garantir: uma vez que você constrói um hábito positivo e consistente é uma coisa maravilhosa. Você se sente disciplinado, forte, bom, mesmo vivendo como a personificação de um mito. É como os deuses gregos devem se sentir.


Fonte: http://www.administradores.com.br/artigos/carreira/o-mito-da-disciplina/75287/