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sexta-feira, outubro 24, 2014

Por que tanto medo de fazer diferente?

Acabamos todos lendo os mesmos livros, usando as mesmas fórmulas, falando com as mesmas pessoas e tendo as mesmas ideias

Autor: Fábio Zugman

Nossa cultura tem um caso de amor com o conformismo. Nosso país, como outros, foi feito por fugitivos que, mais que tudo, queriam pertencer a algo. Haviam perdido tudo em mudanças políticas e guerras, e queriam possuir as coisas sem chances de perdê-las novamente. Junte-se a isso a grande influência religiosa na nossa história e temos um vislumbre da aversão ao risco que nos domina.

É fácil perceber essa aversão ao diferente no modo como nos vestimos, nos comportamos e tratamos as pessoas de diferentes orientações sexuais, religiões, crenças e assim por diante. Também podemos olhar como algumas mudanças “simples" mundo afora parecem tão difíceis em nossa sociedade. Coisas que seriam “fáceis" de ser mudadas permanecem como são, em boa parte, na minha humilde opinião, pela nossa herança cultural de abraçar o conhecido e temer o novo (nada mais justo, sendo boa parte de nós herdeiros daqueles que perderam tudo antes de virem para cá).

Acabamos todos lendo os mesmos livros, usando as mesmas fórmulas, falando com as mesmas pessoas e tendo as mesmas ideias. Qual foi a última vez em que que você teve uma conversa com alguém de opinião completamente diferente à sua? Até nossos amigos são escolhidos por serem parecidos com nós. O pessoal do Google, Facebook e Amazon, entre outras, aprendeu isso faz tempo, nos mostrando cada vez mais conteúdo que vai de encontro aos nossos gostos, evitando aqueles diferentes do nosso “padrão”, contribuindo para arraigar ainda mais nossa percepção de mundo.

Não é à toa que muitos reclamam que as redes sociais têm ficado cada vez mais intolerantes…

Certa vez, li em um livro de um grande investidor que ao ter a ideia para um investimento, ele saia comentando com os colegas. Se as pessoas concordassem prontamente, ele jogava a ideia fora e começava de novo. Por que investir em uma ideia que qualquer um pode ter?

É o que gosto de chamar de fator “você deve estar louco”. Parto do princípio de que uma boa ideia pode ser simples e fácil de entender. As pessoas falam “hummm, isso pode ser bom” e depois perguntam como foi seu fim de semana. Uma grande ideia, em geral, não causa esse efeito. Pelo contrário, sei que posso ter algo realmente bom em mãos quando escuto “você deve estar louco” ao menos uma vez. Depois tentam convencê-lo de quão louco você está.

Ouvi isso algumas vezes na vida, como quando resolvi escrever um livro técnico sobre administração com vinte e poucos anos, como quando fui dar consultoria e sugeri que a empresa me demitisse, seguisse seu curso e parasse de gastar dinheiro com consultores ou, quando no auge da euforia da descoberta do pré-sal, resolvi vender todas as minhas ações da Petrobrás. Todo mundo acredita em uma coisa, você vai lá e faz outra. Deve estar louco mesmo.

Claro que em várias ocasiões eu estava certo, em outras errado. Ainda assim, as situações “você deve estar louco” foram as que me trouxeram mais resultados e aprendizado.

É algo comum que vejo em muitos executivos, empreendedores e executivos de sucesso. Geralmente, essas pessoas conseguem contar com total clareza os momentos “você deve estar louco” que mais marcaram suas vidas.

Quem nunca ouviu isso, com certeza teve um maior conforto mental. Dormiu tranquilo à noite, feliz, sabendo que aqueles à sua volta concordavam com ele.

Por outro lado, provavelmente, fez poucas coisas realmente interessantes.

Fonte: www.administradores.com.br

terça-feira, setembro 30, 2014

A TENTAÇÃO DA MERITOCRACIA

A vida não é e nem deve ser uma corrida que parte de condições iguais e na qual, no fim do jogo, vencem os melhores.

Autor: Joel Pinheiro

Meritocracia é uma palavra bonita. Não. É uma palavra que remete a uma coisa bonita: que cada um receba de acordo com seu mérito, que em geral é igual a esforço, dedicação; às vezes se inclui a inteligência. E – é o que garantem alguns liberais – é isso que vigora no mercado. Quem se esforça, chega lá.

É questionável até que ponto esse tal mérito pessoal sequer exista. Hélio Schwartsman, na Folha, apontou o fatinho que ninguém gosta de lembrar: o esforço pessoal, o suor, a capacidade de trabalho, a inteligência; todos dependem de variáveis que estão fora da escolha pessoal – do mérito, portanto – do indivíduo. Essa esfera do que é só meu, do mérito próprio distinto das circunstâncias do ambiente e da história, simplesmente não existe; ao menos não da forma simplória que se vende.

E existindo ou não, será verdade que o mercado premia justamente o mérito? Se for, caro liberal, então você está obrigado a defender que Gugu Liberato tem mais mérito do que um professor. Nada contra o Gugu, mas ele não é meu exemplo ideal de disciplina, dedicação e trabalho duro. E mesmo assim o mercado o recompensa muito bem. Do outro lado, milhões de trabalhadores labutam dia e noite, e outros milhões de desempregados procuram o que fazer, e continuam pobres. Ainda falta esforço? São preguiçosos, burros talvez?

Nada disso. E você já sacou a resposta: o que determina a remuneração no mercado não é o mérito, não é a virtude, não é o esforço ou a dedicação. É apenas a criação de valor; o valor que aquela pessoa consegue adicionar à vida dos demais. Não importa se é por esforço, inteligência, sorte, talento natural, herança; quanto mais imprescindível ela for aos outros, mais os outros estarão dispostos a servi-la.

O esforço por si só não garante nada. É verdade que, tudo o mais constante, se a pessoa encontra um campo em que ela gera valor, o esperado é que mais esforço gere mais valor. Com o passar das gerações, a ascensão social se acumula: a filha da retirante nordestina que trabalha de empregada tem computador, aula de inglês; provavelmente não será doméstica quando crescer. É assim que as sociedades enriquecem. Não é de uma hora para outra, e não tem nada a ver com a crença ingênua de que a renda é ou deveria ser proporcional ao mérito.

Nada é garantido. Às vezes o setor em que o sujeito trabalha fica obsoleto, e o valor produzido pela dedicação de uma vida cai abruptamente. Havia gente muito dedicada entre os técnicos de vitrola de meados dos anos 90; e mesmo assim…

Meritocracia é um conceito que se aplica ao interior de organizações. Promover membros com base no mérito (em geral medido por algum indicador) pode ser melhor do que fazê-lo por tempo de serviço, pela opinião subjetiva de um superior, etc. Meritocracia é um modelo de gestão. Nosso Estado, por exemplo, poderia se beneficiar dela, reduzindo suas ineficiências. Não é um modelo sem falhas: a necessidade de mostrar resultados cria uma pressão interna muito grande e pode minar a cooperação, a manipulação dos indicadores pode viciar o sistema de avaliação. Encontrar o sistema mais adequado a cada contexto é uma questão de administração, de funcionamento interno de organizações, que nada tem a ver com o mercado. Mercado é o processo (sim, memorizem isso: o mercado é um processo) no qual algumas organizações existem e operam. Às vezes organizações nada meritocráticas prosperam no mercado, e organizações meritocráticas podem existir fora dele.

Satisfaça as necessidades dos outros, e as suas serão satisfeitas. Não importa se é por mérito, por sorte ou por talento. O cara mais esforçado e bem-intencionado do mundo, se não criar valor, ficará de mãos vazias. Achou injusto? Então deixa eu te contar um segredo: é você quem perpetua esse sistema. Se sua geladeira quebra, você quer um técnico esforçado e que dê tudo de si ou um que faça o serviço bem com pouco esforço e a um baixo custo? Quer um restaurante ruim de funcionários esforçados ou quer comer bem? O mundo reflete o seu código de valores e, veja só, ele não é meritocrático.

A vida não é e nem deve ser uma corrida que parte de condições iguais e na qual, no fim do jogo, vencem os melhores. Na medida em que esse sonho meritocrático é sequer possível (estamos muito longe de corrigir desigualdades genéticas, por exemplo), ele exigiria um investimento enorme só para produzi-lo; sacrificaríamos valor para criar condições artificiais que se adequem a esse ideal abstrato. Todos ficariam mais pobres para realizar esse sonho moral. Mas quem disse que a igualdade é moralmente superior à desigualdade? Se um meteorito cai na minha casa e não na sua, isso é injusto? É imoral?

O sistema de mercado não premia a virtude; ele premia, e portanto incentiva, o valor. É feio dizê-lo? Pode ser, mas ele tem um lado bom: é o sistema que permite que a vida de todos melhore ao mesmo tempo. Que todo mundo que quer subir tenha que ajudar os outros a subir também. Ele não iguala o patamar de todo mundo, mas garante que a direção de mudança é para cima. O ideal da meritocracia tem o seu apelo, mas ele depende de meias-verdades: a ideia do mérito que é só meu e de mais ninguém, a de que meu suor justifica o que eu ganhei. Sem suor ou inteligência, o ganho é sujo, indevido. Mas o outro lado dessa moeda é negro: implica dizer que quem não chegou lá não teve mérito; que a pobreza é culpa do pobre. A lógica do mercado é outra: você criou valor, será recompensado. Sua riqueza não diz nada sobre o seu mérito; ela não justifica e nem precisa ser justificada. O resultado desse foco no valor é que mais valor é criado. Você recebe aquilo que entrega e todos ganham.

Fonte: http://spotniks.com/a-tentacao-da-meritocracia/

terça-feira, maio 27, 2014

Gerenciamento de projetos em uma pequena empresa

Autor: Arthur Guimarães

Num mercado de alta competitividade, em que várias empresas nascem e inovam a cada momento, é necessário buscar vantagens estratégicas. É preciso reduzir os riscos e maximizar as oportunidades em cada empreitada. Neste contexto, o gerenciamento de projetos é fundamental para realizar isto de maneira objetiva e planejada. Mas será que as rotinas e técnicas da gestão de projetos funcionam numa empresa de menor porte?

No post de hoje você terá a resposta não apenas para esta pergunta, mas as principais características e os cuidados necessários para o gerenciamento de projetos em uma empresa de pequeno porte.

Uma pequena empresa tem suas particularidades

A primeira questão que é fundamental de se compreender, quando for implementar a filosofia de gerenciamento de projetos em uma pequena empresa, é que as tratativas não podem e não devem funcionar como numa grande empresa. Um negócio de menor porte tem menos recursos, menos funcionários e, por isso, precisa de um gerenciamento mais específico.

Da mesma maneira, uma grande empresa é mais lenta. Uma decisão deve passar, muitas vezes, por uma série de análises técnicas de diferentes áreas e por diversos gestores, o que torna-se uma vantagem para as pequenas empresas que conseguem tomar decisões e agir de forma mais rápida.

Use o benefício da agilidade

O gerenciamento de projetos numa grande empresa é mais engessado por um motivo: a grande quantidade de processos e funcionários pode fazer com que as coisas fujam do controle. Por isso é necessário planejar minuciosamente cada uma das etapas do projeto, dando pouco espaço para improvisos.

Se, por um lado, o fato de ser menor torna uma empresa mais vulnerável ele também a torna mais ágil. E um gestor de projetos deve saber aproveitar essa característica. Como o processo decisório é bem mais rápido, uma pequena empresa pode se ajustar muito mais rapidamente às condições do mercado. Por isso, os processos dentro de um projeto não podem ser tão engessados.

Uma ideia, numa grande empresa, pode demorar meses para ser implementada, pois precisa passar por avaliação de várias áreas, comitês, gestores, etc. Numa pequena empresa, a mesma ideia pode ser implementada em poucas semanas. O gerenciamento de projetos deve levar em conta esta velocidade e dar espaço para mudanças de rumo e implementação de novos processos mais eficientes.

Não se esqueça de que treinar os funcionários é imprescindível para o sucesso

Os funcionários de grandes empresas tendem a estar mais familiarizados com as técnicas de gerenciamento de projetos. Numa pequena empresa, especialmente se seus colaboradores não têm experiência em companhias maiores, os jargões e processos podem se tornar até mesmo incômodos. Por este motivo, é fundamental o treinamento dos funcionários.

É preciso explicar os benefícios do gerenciamento de projetos e como o próprio trabalho diário pode ganhar em eficiência, precisão e reconhecimento. Também é necessário explicar o aspecto técnico de cada uma das ferramentas e como elas afetam os processos e a empresa como um todo.
O planejamento é importante

Isto tudo não quer dizer que o planejamento deve ser descartado no gerenciamento de projetos de uma pequena empresa. Ela se beneficiará muito de uma estrutura, de um calendário do projeto, de um plano de avaliação de riscos, de relatórios de progresso e de um software de gerenciamento de projetos - principalmente ao lidar com múltiplos projetos, que exigirá do GP a alocação otimizada dos recursos. Estas ferramentas são fundamentais e aumentam a chance de sucesso dos projetos.

Porém, cada uma das ferramentas e a estruturação de cada um dos projetos deve sempre levar em conta a principal característica de uma pequena empresa: sua agilidade. Se, por um lado, ela é mais frágil a fatores externo, é também muito mais adaptativa e não pode perder sua agilidade por conta do engessamento. O projeto deve dar soluções rápidas tanto internamente (corrigindo processos, implementando novas idéias) quanto externamente (apresentando soluções rápidas aos clientes).

Fonte: http://pmisp.org.br/gp-na-midia/1812-gerenciamento-de-projetos-em-uma-pequena-empresa

sexta-feira, abril 25, 2014

4 motivos pelos quais você sempre faz as piores escolhas

Seja na vida pessoal ou profissional, muitos de nós somos péssimos em tomar decisões. Conheça os vilões e saiba como vencê-los

Autor: Eber Freitas

Dificilmente as pessoas estão satisfeitas com as escolhas e decisões tomadas, e o arrependimento só vem quando descobrimos que temos de conviver com essas escolhas. Um dos principais inimigos que você pode ter na hora de decidir por qual caminho enveredar não é outro senão a intuição, o ato de escolher simplesmente pela expectativa de que aquela alternativa é a melhor, e que algo diz que é o certo a se fazer. Saiba que, na maioria das vezes, esse sentimento leva a uma escolha errada -- e nas demais, gera insatisfação por lhe apresentar a dificuldades que você não esperava.

Quer um exemplo? Você pretende demitir um profissional de valor, mas que não se relaciona bem, é acomodado e fala de maneira ríspida, às vezes grosseira. E agora: demitir ou dar outra chance? "Se você parar para refletir, vai se surpreender ao constatar a rapidez com que as suas opiniões começaram a se formar", afirmam Chip e Dan Heath, autores do livro "Gente que Resolve". Citando o psicólogo Daniel Kahneman, vencedor do Nobel de Economia, eles lembram que "o estado natural da mente é ter sentimentos e opiniões intuitivas sobre quase tudo", e esses sentimentos e opiniões conduzem fatalmente a uma decisão equivocada.

Para Heath, esse processo quase imediato é provocado pelo que ele chama de "efeito holofote", ou seja, a tendência a darmos atenção exclusiva ao elemento que está sob o foco de luz, ignorando outras informações relevantes no contexto. Basicamente, o ser humano tem uma tendência natural de decidir de maneira tão míope que descarta outros fatores que possam contrariar sua opinião formada. Aquele profissional que você quer demitir pode ser querido entre os colegas, mesmo com sua fala ríspida; pode ser produtivo, apesar de não ambicioso ou criativo; ou simplesmente sua liderança pode ser ineficiente -- informações ignoradas pelo instinto.

Os maiores problemas na hora de decidir -- e como mitigá-los:

1. Visão estreita

Ao invés de fazer escolhas maniqueístas (tudo ou nada, preto ou branco), estude uma forma de conciliar as atividades de forma que nem o seu objetivo seja prejudicado nem você fique preso às consequências de uma escolha precipitada. Por exemplo: manter o emprego fixo ou largar tudo e virar empreendedor? Por que não ambos? Que tal analisar o tempo disponível e se comprometer apenas com projetos que você pode dar conta? Assim você tem uma renda mensal fixa e, com sorte e um pouco mais de trabalho, um extra no final do mês. Também há de se considerar outras possibilidades, como mudar para um emprego com menor carga horária para se dedicar a outras atividades, por exemplo. Com o tempo, seu negócio pode ter capital de giro suficiente para lhe sustentar.

Solução
O ideal é sempre multiplicar as opções, considerar todas as alternativas -- até escrevê-las em um papel, se necessário, a famosa lista dos "pontos fortes e pontos fracos". Depois dessa etapa, os irmãos Heath sugerem a metodologia "multitracking", que basicamente consiste em "considerar várias opções simultaneamente". Por fim, conhecer a experiência de alguém que já esteve diante do mesmo dilema é insubstituível e não custa nada.

2. Viés de confirmação

Já notou o quanto você se sente confortável cercando-se de notícias, dados e análises que favorecem a sua visão de mundo, suas ideologias, seu modo de pensar? E como isso faz com que você se sinta moral e intelectualmente superior, certo? Nada mais desastroso: você toma uma decisão intuitivamente, cerca-se apenas de informações que corroborem sua decisão e, no final, fracassa e não entende por quê. Segundo conversas, foi mais ou menos o que aconteceu com determinado ex-multibilionário brasileiro. Mate o mensageiro das más notícias e dê ouvidos aos bajuladores que falam o que você gosta de ouvir; para coroar, tome uma péssima decisão julgando-a indefectível. Só que não. "O problema do viés de confirmação é que ele nos dá a ilusão de ser um processo bastante científico. Afinal, estamos coletando dados", explicam os autores, enfatizando que nem mesmo as pessoas mais críticas e previdentes estão livres do problema.

Solução
Seja um pouco paranóico, preveja o pior e faça com que a média ponderada resulte em algo próximo da realidade. Os autores revelam que quase todas as operações de fusões e aquisições de empresas nos Estados Unidos custam muito caro e não se pagam. E o principal motivo é a firme crença dos executivos de que eles próprios têm o toque de Midas necessário para transformar uma empresa deficitária em uma máquina de faturamento. Um estudo citado no livro indica que, quanto mais reforços positivos (para usar um chavão da Psicologia) um CEO recebe -- elogios da imprensa, bom desempenho em trabalhos recentes e altos salários -- mais caro o preço que ele se dispõe a pagar em uma aquisição/fusão. Observe o panorama e os detalhes da decisão, sem negligenciar nada e ignore o ego alto demais.

3. Emoções imediatas

Todas as análises mostram que determinada decisão é a mais segura. Você fecha os ouvidos para elogios e martela o juízo em busca de uma decisão sensata, ouve pessoas mais experientes e, finalmente, bate o pé. Mas na hora crítica da decisão, bate aquele sentimento descrito no primeiro tópico: "algo me diz que esse outro caminho é melhor". E, contra todos os conselhos, coloca os pés pelas mãos. Isso acontece porque um fator foi eliminado na equação: a emoção. "Quando temos uma decisão difícil a tomar, nossos sentimentos entram em polvorosa. Remoemos os mesmos argumentos na cabeça. Ficamos aflitos com as nossas circunstâncias. Mudamos de ideia da noite para o dia e do dia para a noite", relatam Chip e Dan Heath.

Solução
"Nesse momento o que mais precisamos é de perspectiva", dizem os autores. Para eles, qualquer emoção é um "conselheiro questionável" na hora de tomar quaisquer decisões -- seja na vida pessoal, seja nos negócios. Como na vida não existe "ctrl+z", eles recomendam que decisões importantes sejam sempre tomadas no dia seguinte. Mas não apenas isso: é necessário ter uma estratégia: saber em que terreno está pisando, os riscos, e manter em mente o que você quer. Em suma, é preciso ter perspectiva, e não ficar cego pelas emoções, ou pior: tomar uma decisão enquanto isso.

4. Despreparo para o erro

Nem tudo é infalível. Quando se trata de decisões, lida-se com um cenário de incertezas, e por mais que a tendência aponte para um lugar, nunca se sabe o que irá acontecer no futuro com irredutível certeza. Sua decisão pode ter sido tomada às cegas, com base na intuição, e ter sucesso inesperado. Você pode se debruçar em análises e processos, e mesmo assim amargar as consequências de uma péssima decisão. Todas as dicas acima podem ser inúteis ou não. Em todo caso, é preciso estar preparado para o erro, para o fato de que sua decisão pode ser equivocada, e trabalhar para minimizar as consequências. Erros acontecem com os inteligentes, com os metódicos, com os intuitivos, com os arrogantes e quaisquer outros.

Solução
Lide com isso. Todo o que foi mostrado acima serve para mitigar as possibilidades de fracasso e aumentar as probabilidades de sucesso das decisões. É preciso estar preparado para o erro, se antecipar à circunstância adversa, ter o extintor à mão não por esperar um incêndio, mas por saber que ele pode acontecer. O mais importante: entenda o que deu errado, mantenha a racionalidade do processo para evitar o mesmo erro outra vez. Com o tempo, irá desenvolver a capacidade preditiva.

Livro: Gente que Resolve, por Chip Heath e Dan Heath

Fonte: http://www.administradores.com.br/noticias/carreira/4-motivos-pelos-quais-voce-sempre-faz-as-piores-escolhas/87249/

terça-feira, março 18, 2014

O primeiro passo para qualquer coisa

Se você não consegue concluir seus projetos, respire fundo e pense no que é mais importante para você

Autor: Leo Babauta

Motivação é a primeira coisa, praticamente o primeiro passo - apenas ficar excitado sobre algo o suficiente para começar. E então é a hora de focar em apreciar o que você está fazendo no momento, em vez de se preocupar com o que você vai ter ao chegar ao destino.

Você também precisa esquecer seus fracassos ou ao menos as partes que o desencorajam. Dos fracssos, tire uma lição sobre quais obstáculos ficam em seu caminho e deixe para trás qualquer sentimento ruim. Eles estão no passado. Foque no presente e no quão divertida a atividade é agora.

Eu não acho que isso vai ser completamente respondido, mas na minha visão nós não ponderamos racionalmente os riscos versus os custos. Quando nós fumamos, pensamos que é muito difícil parar, muito doloroso durante as semanas que levam a isso (custo), mas não pesamos adequadamente os riscos de não pararmos de fumar. O mesmo é válido para hábitos alimentares ruins - não comer fast food é muito difícil, mas há o risco de comer. 

A dor de parar é agora, enquanto a dor de continuar vem muito depois. Então, parar agora não parece ser muito ruim. A resposta é substituir hábitos ruins pelos bons que você aproveita imensamente, e então focar no aproveitamento agora, em vez da dor.

Respire profundamente e deixe o caos e  frustração fluírem para além de você. Não foque em todas as coisas que você precisa fazer, ou que estão por vir, ou nas que aconteceram, mas sim no que você está fazendo agora. Apenas foque em uma coisa, agora.

Eu também tentaria dar uma caminhada, respirar um pouco de ar puro e ter alguma perspectiva. Tente pensar sobre o que é mais importante para você, em como sua vida perfeita seria ou com que seu dia perfeito se pareceria. 

E então, dê um passo de cada vez, comece a fazer as coisas acontecerem. O que está no meio do caminho? O que você pode mudar agora? O que você pode mudar amanhã? Quais são as mudanças a longo prazo que você pode começar a fazer?

Organize a área ao seu redor, um pouco de cada vez (ou tudo de uma vez, se você encontrar tempo livre e energia). Diminua a quantidade do que você está fazendo, o que significa falar para as pessoas que esperam coisas de você que não pode fazer essas coisas, porque já tem planos demais para si mesmo.

Isso vai soar trivial, mas eu diria que é pensamento positivo. Não é um dos hábitos mais fáceis, já que requer que você escute suas conversas interiores e comece a dizer coisas positivas a si mesmo, em vez das negativas.

Mas isso é algo que irá fazer uma grande diferença, porque vai permitir que todos os outros hábitos mudem. Isso fez uma enorme diferença na minha vida, e eu acho que é um componente vital para qualquer plano de mudança na sua vida.

Fonte: http://www.administradores.com.br/artigos/carreira/o-primeiro-passo-para-qualquer-coisa/75994/

quarta-feira, março 12, 2014

VOCÊ É UM ACOMODADO OU UM INOVADOR?

Autor: Ari Piovezani

Muito provavelmente um acomodado.

Uma pesquisa do renomado Gallup Institute americano revelou que apenas 20% do que as pessoas têm de melhor, dos seus talentos, é utilizado nas atividades profissionais diárias. A pesquisa ouviu 1.700.000 profissionais de 101 empresas, em 63 países.

Com uma amostra tão abrangente e sob as condições que prevalecem no atual ambiente corporativo, pouca gente vai escapar de ser um acomodado.

O acomodado sente-se confortável e trabalha com eficácia dentro das restrições e limites do ambiente em que está inserido.

O inovador, ao contrário, parece estar muito menos preocupado ou praticamente ignora as restrições e limites do ambiente. Sempre ultrapassa esses limites, questiona métodos estabelecidos e obtém resultados inovadores, modificando o ambiente no qual está inserido.

Aos olhos dos acomodados, os inovadores parecem estar sempre promovendo idéias de alto risco e utilizando métodos ineficientes.

Acomodados e inovadores são seres humanos. São essencialmente iguais. Vêm ao mundo em condições idênticas e com o mesmo equipamento original de fábrica.

Possuem um conjunto de talentos único e que poderia ter utilização muito maior do que os 20% apontados pela pesquisa.

Então, qual a diferença entre um acomodado e um inovador?

Fonte: http://drsolution.blogspot.com.br/2011/03/voce-e-um-acomodado-ou-um-inovador.html

terça-feira, março 04, 2014

Vítima ou protagonista?

Ser protagonista é encarar as coisas de frente, pegar um problema pelas orelhas e bater em um monstro até ele aprender a se comportar. O protagonista faz coisas, não por não ter medo, mas apesar dele. É se ver não só como parte da solução, mas como parte do problema.

Autor: Fábio Zugman

Uma de minhas primeiras consultorias foi em uma empresa de médio porte controlada por um grande grupo empresarial. O diretor dessa empresa, uma pessoa bem esclarecida e dedicada, tinha aquela postura de quem andou apanhando demais. Ombros inclinados para baixo, olhos levemente caídos e uma insegurança na fala incompatível com a posição que ocupava.

Logo descobri que ali já tinham passado duas outras “grandes" consultorias, daquelas que cobram seis dígitos por qualquer coisa. Cansados de gastar dinheiro, os controladores da empresa resolveram arriscar e me contratar, jovem e solitário, em uma atitude claramente desesperada para ver se algo dava certo.

Aprendi que as duas consultorias deixaram um belo rastro para trás. Uma deixou belos documentos com palavras como "SWOT" e “forças competitivas”. Outra, um modelo de avaliação de pessoal que usava mais de 30 fatores para dar notas a cada funcionário. Se fossem meus alunos, certamente estariam em maus lençóis (na época, eu ainda era um exigente professor universitário que, descobri depois, os alunos apelidaram de “Olho de Mordor”, o demônio que enxerga todos os cantos do mundo de “O Senhor dos Anéis”).

Minha vontade – e a do gestor – era jogar tais coisas pela janela e começar de novo. O problema em fazer isso no mundo real é que, após dois anos e vários milhares de reais gastos em tais esforços, os diretores da empresa controladora não estavam muito felizes com a ideia de simplesmente abrir mão daquilo tudo.

Meu cliente, de ombros caídos e desanimado, sabia exatamente o que precisava fazer. Tanto que em duas reuniões traçamos em duas folhas o que devia ser feito. As soluções eram claras, simples, e tinham a vantagem de serem frutos de quem tinha uma carreira no ramo – coisa que eu como consultor, vindo de fora, não podia oferecer.

Sim, sabíamos o que fazer, mas não tínhamos aprovação de cima. Faltavam palavras como “sinergia" e “estratégico” em papeis bonitos. Façamos o seguinte, combinei com ele: faça o que tem que ser feito, eu seguro a barra, escrevo um monte de coisas, desenvolvo as ideias e peço para um designer deixar bonito. Na pior das hipóteses, você fala que a ideia toda foi minha, me mandam embora e continua tudo igual.

Anos depois, em um projeto em outra cidade em um setor completamente diferente, soube que o presidente do grupo controlador recomendou “sem ressalvas” o meu trabalho. O que mais me marcou dessa experiência, no entanto, não foram os ganhos financeiros, o aumento de salário que o meu cliente recebeu ou os honorários que vieram muito bem vindos à minha conta. Tudo isso foi ótimo, mas algo muito mais importante aconteceu.

À medida que as reuniões prosseguiam, etapas eram cumpridas e as coisas aconteciam, percebi uma bela mudança de postura no meu cliente: os ombros, lentamente, começaram a se levantar. Os olhos não ficavam mais perdidos em um ponto da sala, mas me recebiam com um cumprimento direto olho no olho. A pessoa ficou mais sorridente, mais confiante. Em alguns meses, me disse com toda convicção: “Muito obrigado. Daqui para a frente posso assumir sozinho.”

O fenômeno que eu arranhei naquela ocasião foi algo que observei várias e várias vezes ao longo do tempo. Sem contar para muita gente, passei a chamar isso de “Vítima X Protagonista”.

É normal vermos pessoas vítimas de alguma situação. Seja por um fator externo, por sua história de vida ou até o momento pelo qual passa. É comum vermos pessoas assumindo o papel de vítimas de suas vidas. A situação é imutável, a luta é perdida, os outros são malvados, o sócio é sacana, o chefe é um idiota.

Ser vítima é confortável. É mais fácil ficar em um lugar quentinho embaixo das cobertas reclamando como o mundo te tratou mal. Para quem olha de fora, ser vítima pode ser ruim. Mas para quem está ali, jogando a culpa nos outros, no mundo, no universo, é ótimo saber que a culpa não está em outro lugar.

Ser protagonista é encarar as coisas de frente, pegar um problema pelas orelhas e bater em um monstro até ele aprender a se comportar. O protagonista faz coisas, não por não ter medo, mas apesar dele. É se ver não só como parte da solução, mas como parte do problema.

Ser protagonista é um papel mais difícil. Apesar de ser ele quem conquista coisas, quando você assume as rédeas de uma situação está dando sua cara a tapa, está arriscando falhar. Objetivamente, sabemos que nada que realmente vale a pena foi construído sem arriscar nada. Mas quando somos nós no olho do furacão, isso pode doer. Não é à toa que muitas pessoas recorrem ao papel de vítima.

O lado bom é que na maioria das vezes isso tem solução. Alguns casos, como nessa minha experiência de consultoria, ter alguém do lado para dar um empurrão e falar que tudo vai dar certo pode fazer toda a diferença. Em outros, intervenções maiores e mais complexas são aconselháveis e até necessárias. Já aconselhei a mais de um ouvinte incrédulo que deviam procurar fazer terapia, ou trocar de terapeuta, para pararem de se ver como vítimas.

Independente da solução, fato é que inevitavelmente encontro na vida empresarial e pessoal os dois tipos de pessoas. Vítimas, que sofrem para o mundo exterior, mas no fundo estão confortáveis sem precisar assumir reais responsabilidades e riscos por suas ações. E protagonistas, que desarmam bombas mundo afora, mesmo que volta e meia uma delas possa explodir em suas caras.

Vítima ou protagonista: qual você quer ser?

Fonte: http://www.administradores.com.br/artigos/carreira/vitima-ou-protagonista/75848/

sexta-feira, fevereiro 28, 2014

Criatividade no trabalho torna a produtividade muito mais prazerosa

Autor: Américo Barbosa

Aliar prazer e produtividade no trabalho é possível. A criatividade ajuda a encontrar processos e resultados inovadores que, na grande maioria das vezes, ajuda a melhorar o resultado pretendido com o esforço.

O ser humano, ao longo da vida, se torna cada vez menos criativo. Mas é essa característica que serve como primeiro passo para vencermos os paradigmas do nosso dia a dia, na empresa, em casa, na vida.

No mundo empresarial, o profissional que sabe usar a criatividade a seu favor é capaz de enxergar o que pode ser modificado em prol de prazer e produtividade e diferenciá-lo do que não muda.

O segredo está em educar a percepção e buscar não a resposta certa, mas a pergunta certa. Os paradigmas são problemas que costumam se tornar quase-definitivos na nossa mente, e a forma como lidamos com eles é que os torna inquebráveis ou não.

Como uma pessoa enxerga os fatos que aparentemente não têm solução? Quem responde que determinado problema ‘não tem jeito’ ou que o modo de executar certa tarefa ‘sempre foi assim’ acostuma-se a nunca buscar uma solução criativa.

Perguntas certas

Isaac Newton, inglês que viveu no século XVII, revolucionou o estudo da física ao desenvolver as principais teorias da gravidade. Se ele tivesse simplesmente reclamado porque uma maçã lhe caiu na cabeça, talvez não tivesse pensado em um modo de explicar por que aquela fruta caiu sobre ele.

Albert Einstein, alemão que formulou a teoria da relatividade, se tornou notável ao resolver um paradigma científico formulado por Newton 200 anos antes. Enquanto todos os outros achavam que o problema não tinha solução, ele simplesmente olhou de forma criativa para o céu e fez uma pergunta simples e divertida: será que a luz faz curva?

A primeira postura para quebrar os paradigmas é fazer as perguntas certas. Não é maravilhoso? Você só precisa formular dúvidas. Os chineses quando contratam alguém sempre perguntam: você tem dúvida? Em geral o candidato, afoitamente e cheio daquela autoconfiança corporativa responde com tom super afirmativo: não tenho dúvida. E aí o seu líder ou examinador lhe diz: você imaturo. Mas se ele responde que tem dúvida, vai ouvir: você maduro né. Claro que logo após ele espera que o seu funcionário formule uma dúvida criativa. Igual como uma criança fazendo aquela pergunta criativa que deixa o pai todo orgulhoso frente às visitas.

Quando alguém vem falar que algo não tem solução ou não vai dar certo, é preciso questionar ‘por que não?’. Dizer isso de forma fundamentada ajuda a avaliar se há alguma chance de quebrar um paradigma e transformar algo impossível em um bom resultado.

Depois, é preciso dizer “e daí?” para os acomodados e pessimistas que previam resultados desastrosos para um projeto ou processo inovador. O criativo deixa-se envolver pelo problema para encontrar a solução, mas não se deixa ser engolido por ele. Essa diferença demonstra atitude proativa diante das dificuldades e vontade de enfrentá-las.

Disseminando criatividade

O ambiente é determinante para incentivar a criatividade. O mercado está sempre mudando. Por esse motivo, a criatividade e a inovação são as chances que as empresas têm para se renovar. Mas há empresas que pensam no mercado como algo sempre igual. Uma empresa criativa só se faz com pessoas criativas.

É uma questão da cultura da companhia. Uma secretária criativa vai estimular seu executivo e vice-versa. É uma cadeia de Criatividade. Até a copeira vai sentir que pode servir o café de um jeito novo. Não é preciso ser um Professor Pardal, basta buscar fazer as coisas de forma mais prazerosa, inovadora, profissional e produtiva.

A mais famosa pesquisa sobre a capacidade criativa foi feita por dois americanos, os pesquisadores  George Land e Beth Jarman. A conclusão, publicada no livro Pontos de Ruptura e Transformação (Cultrix, 1995), mostrou que os níveis de criatividade caem drasticamente ao longo da vida. O estudo acompanhou 1600 jovens durante 15 anos. Os testes de seleção de cientistas e engenheiros inovadores da agência espacial dos Estados Unidos (Nasa) serviram de base para o estudo. Na primeira aplicação da prova, em crianças com idades de três a cinco anos, o índice de criatividade medido pelos pesquisadores foi de 98%. Aos dez anos, esse percentual caiu para 30%, e diminuiu novamente para 12% quando os mesmos voluntários estavam com 15 anos.

Um levantamento similar feito pela dupla, dessa vez com 200 mil adultos, verificou uma capacidade criativa de 2%. Uma das explicações para o fato é de que o ambiente – escola, família e trabalho – não incentiva a criatividade, mas a repetição de modelos já testados – e nem sempre eficientes. Nós adoramos entrar na zona de conforto. E vamos ficando medíocres. Na média silenciosa dos que não lideram novas bandeiras.

Mas é cientificamente comprovado que uma vida robótica é ruim porque não estimula o cérebro a produzir novos caminhos. Os velhos caminhos, soluções de sempre não estimulam a produção de neurotrofinas . Neurotrofinas são as proteínas que fazem as pontes entre os neurônios. E elas começam a diminuir após os 25 anos. Buscar caminhos novos, quebrar rotinas, ver as diferenças nas coisas iguais. Ou ver igualdade nas coisas diferentes estimula a produção de neurotrofinas.

O que precisamos saber é que tudo pode ser feito, sempre, de uma maneira melhor. E, para as empresas, a mensagem é de que estimular a criatividade é o caminho para antecipar necessidades e fabricar um futuro de sucesso. A necessidade é mãe da inovação. Mas ela precisa ser reconhecida. E a criatividade, é a melhor mola para a competitividade agradável e feliz.
Um bom começo é ler o Guardador de Rebanhos de Fernando Pessoa. E começar a praticar o que ele diz: penso com os olhos, penso com os ouvidos…

Fonte: http://blog.maistempo.com.br/2014/02/27/criatividade-no-trabalho-torna-a-produtividade-muito-mais-prazerosa/

terça-feira, fevereiro 18, 2014

Será que realmente podemos confiar naquilo que pensamos ser?

Autor: Marcos Rezende

Momentos após eu ter nascido, enxerguei muitas luzes, a maioria sem forma.

Encontrei minha mãe e um aconchego muito grande em seus seios para me alimentar com leite e carinho. Ouvia sons estranhos de muitas coisas e encontrei em outros abraços mais amor e conforto. Puseram-me roupas e me deram brinquedos. Muitas pessoas foram me ver e brincar comigo enquanto eu ainda tentava identificar aquelas formas e sons.

Com alguns dias de vida, eu já focava alguns objetos enquanto abandonava outros que compunham a mesma cena. Também focava sons dando mais valor ao silêncio que havia entre eles para poder ouvi-los melhor. Tudo começava a fazer sentido.

Os sons geralmente eram os mesmos e assim também eram as imagens. Das imagens que eu via, eliminei aquelas que não via tanto para me fortalecer naquelas mais vistas. Das pessoas, foquei no meu pai e na minha mãe. Dos objetos, já podia identificar quando estava em casa. E dos sons, já conseguia identificar aquele que todos se referiam a mim como meu nome.

E a vida foi se desenvolvendo na medida em que eu me desafiava a focar algumas coisas e abandonar outras.

  • Para ler uma palavra na escola, por exemplo, precisei abandonar todas as outras letras do papel e focar naquelas letras que estavam juntas entre dois espaços em branco.
  • Na rua, precisava abandonar os objetos parados para me concentrar naqueles que se movimentavam se eu quisesse ir de um lado ao outro da calçada.
  • No trabalho, anos mais tarde, tive que abandonar todos as outras atividades desempenhadas pela empresa onde trabalhava para poder focar apenas naquela atividade que somente eu era designado a fazer.

Sempre tive que escolher uma opção para focar o meu olhar, abandonando todas as outras que existiam. Essa é a história da minha vida e assim imagino que também seja a sua.

Será que fizemos certo? Será que fizemos errado? Nunca iremos saber.

A única coisa que sabemos é que, com certeza, tivemos que abandonar muitas possibilidades para ficar com outras em uma razão provavelmente muito maior que um para mil. De mil possibilidades, escolhíamos uma que nunca saberemos se foi a melhor ou não. Aliás, nem vale à pena pensar nisso. Melhor é pensar pra frente. No que vamos fazer com as outras tantas possibilidades que são apresentadas a nós diariamente de hoje até a nossa morte.

No entanto, vale a reflexão. Termos abandonado inúmeras possibilidades para escolher apenas uma foi o que nos fez chegar até aqui da forma que nos reconhecemos hoje. Naturalmente nossas escolhas anteriores foram influenciando as outras até que se formou uma linha histórica da nossa vida sob os nossos pés.

Mas e se eu tivesse sido criado somente por um dos meus pais ou por pais adotivos? Ou se eu pudesse não ter estudado as coisas em uma sequência e estudasse apenas o que me interessasse? E se no futebol eu torcesse para a Argentina mesmo sendo brasileiro? Ou se eu trabalhasse no meu ritmo fazendo o que eu gostasse para ser feliz e servir aos outros ao invés de sofrer como um pagador de contas profissional?

Com tantas possibilidades abandonadas, eu só posso chegar a conclusão de que não estou certo sobre quase nada a respeito da vida.

Toda confusão que sentimos dentro de nós acontece porque passamos toda a vida transformando algo que “está” em algo que “é”.

Estou escrevendo este artigo neste momento e me intitulo escritor. Estou pai neste momento e me intitulo pai. Estou pensando neste momento e me intitulo indivíduo. Enfim, tudo o que fazemos durante a vida é tentar tornar infinito aquilo que tem fim. Até mesmo o nosso trabalho aqui, abandonando todas as outras possibilidades.

Tudo o que eu e você queremos é a felicidade. Queremos viver, perto das pessoas que amamos e consideramos. Queremos nos divertir e amar, mas infelizmente, por significar aquilo que está e não é, vivemos um conflito constante entre o que somos e o que estamos fazendo, tornando nossa própria vida um imenso presídio de onde não conseguimos escapar.

Nossa vida se tornou um presídio imenso de onde não conseguimos fugir. Crescemos com medo porque não enxergamos o todo. Seguramo-nos nas pequenas cordas que amarramos sobre um grande precipício de oportunidades imensas que não nos demos a chance de sequer observar, quiçá aproveitar. Conhecemo-nos parcialmente e também parcialmente conhecemos o mundo. Proteger-se e segurar-se em objetos e relacionamentos virou o senso comum.

Aí queremos mudar o mundo, trocar o governo, sair do emprego, encerrar a sociedade, terminar o namoro, comprar uma casa nova, fazer mais exercícios, conquistar o campeonato e saldar todas as dívidas porque precisamos de novas cordas para nos amarrar. Precisamos abandonar aquilo de que não gostamos para nos segurar em outra “coisa” que provavelmente é melhor que a anterior para que assim, fiquemos pulando de galho em galho sem firmeza.

Dispa-se dos seus conceitos

Nem mesmo quando estamos nus em frente ao espelho paramos de conceituar aquilo que vemos. Logo, como é possível aproveitemos as oportunidades infinitas que o mundo nos oferece se já saímos de casa não aceitando aquilo que somos e não o que estamos.

Enxergue-se como você é e repare que você não é gordo, incapaz, medroso ou velho. Você pode estar gordo, incapaz, medroso ou velho, mas sinceramente você não é nenhuma dessas coisas.

Você pode facilmente se decidir em abraçar as oportunidades mais saudáveis para comer, por exemplo, e se ver livre de hábitos que influenciam o seu “estar” hoje.

No meu trabalho como orientador de carreira para empreendedores, percebo muito claramente que a mentalidade faz toda a diferença na hora de assumir o risco de empreender, pois muitas pessoas estão habituadas a sentir medo e a cultivar crenças que não colaboram com o seu progresso, apenas as mantém onde a mentalidade de seus amigos, pares e familiares estão.

Se você leu esse texto até aqui e refletiu junto comigo sobre as coisas que abandonamos e as coisas a que nos prendemos, provavelmente chegou a mesma conclusão a que eu cheguei e que alguns homens e mulheres sábias que passaram pela Terra concluíram:

“Se você passar toda a sua vida aguardando a tempestade, você nunca vai aproveitar o raiar do sol” ~ Morris West

Nós escolhemos aquilo que queremos ver desde o momento que nascemos. Você pode olhar para o mundo agora e enxergar um monte de oportunidades ou enxergar um mundo de perigos. A vida é uma grande experiência na qual nós somos os observadores. Se decidimos escolher isto ao invés daquilo, isto será escolhido e ponto.

Preste atenção ao seu mundo, dispa-se das suas crenças e volte a ser quem é, abandonando quem você está.

Fonte: http://mude.nu/sera-que-nos-realmente-podemos-confiar-naquilo-que-pensamos-ser/
Texto sugerido pelo amigo: Gilles B. de Paula

terça-feira, fevereiro 04, 2014

O mito da disciplina

Hábitos são a chave para a consistência, não a disciplina

Autor: Leo Babauta
Tradução: Marcela Agra

A autodisciplina é um dos mitos predominantes na nossa cultura. E o mito é gigante. Benjamin Franklin possuía autodisciplina, com seu hábito de acordar cedo, sua checklist de virtudes e sua reflexão diária. Os melhores atletas também a possuem, com a disciplina para treinar mais do que qualquer outra pessoa, visando ganhar o ouro. Meus leitores frequentemente pensam que eu sou mais disciplinado depois que leem meu livro e a lista de hábitos e realizações que conquistei, como conseguir me exercitar, acordar cedo ou economizar.

Mas é tudo um mito.

Estou confiante de que se você aceitar que a disciplina é um mito, vai se libertar da culpa de não ser disciplinado, passando a ter poder para criar os hábitos que você deseja, sem que haja necessidade dessa disciplina ilusória.

Por que a disciplina é um mito

Eu tenho escrito sobre a ilusão da disciplina por quase 4 anos e meio, mas é necessário revisitar o tema de vez em quando. Especialmente quando leio artigos que, se não estivessem espalhando e perpetuando tal mito, seriam excelentes. Então, preciso dar um fim a essa ilusão agora.

Veja bem, a disciplina soa como um conceito perfeitamente válido, até você ir mais fundo. Disciplina não é um mistério. Só que na verdade ela é. O que é disciplina? Quanto possuímos dela? Como conseguimos mais? Se é pela prática, como você a pratica se não possui nenhuma disciplina para começar? Se eu não estou com vontade de fazer alguma coisa, como eu uso a disciplina para me forçar a fazê-la?

Tive muitas conversas com pessoas que acreditam piamente no mito da disciplina. Geralmente, elas acontecem mais ou menos assim:

Eu: O que é disciplina, exatamente? Qual a diferença entre ela e motivação (que é um conjunto de ações que podemos de fato colocar em prática)?

Amigo: A motivação puxa você em relação a alguma coisa, fazendo você querer fazer algo. A disciplina te empurra para alguma coisa, fazendo você fazer aquilo que não quer.

Eu: Ok, então se eu não tenho disciplina, como faço para consegui-la?

Amigo: Você pratica. É um músculo, que se torna mais forte com a prática.

Eu: Mas como eu vou praticar se não tenho disciplina?

Amigo: Apenas faça algo pequeno e depois continue praticando repetidamente.

Eu: Mas é preciso ter disciplina para fazer isso. Que ação em específico eu tenho que usar para me forçar a fazer algo se eu não quero fazê-lo?

Amigo: Você se obriga a fazê-lo de todo jeito.

Eu: Mas isso exige a disciplina que eu não tenho. Ok, digamos que eu esteja no sofá e eu quero sair para correr ou levantar para escrever. Como me obrigo a fazer uma dessas coisas? Que ação em específico?

Amigo: Você visualiza o resultado final, algo que você deseja.

Eu: Esta é uma ação de motivação e não de disciplina.

Amigo: Certo. Então você tem que planejar recompensas. Não, isto é motivação. Você se convence e se anima e diz a você mesmo que pode fazê-lo. Não, isto é motivação também. Você diz às pessoas o que vai fazer, foca nos aspectos agradáveis disso. Mas isso também é motivação. Talvez você só deva fazer aquilo que gosta, então… o que também é motivação.

Tudo aquilo que fazemos para nos convencer a fazer algo não é disciplina, mas motivação. E é por isso que a primeira é um mito. O conceito pode soar bem, mas não é útil. Quando o assunto é investir em ações que levem você a realizar algo, o único caminho a seguir é o da motivação, não o da disciplina. Por anos, eu tenho desafiado pessoas a me trazerem uma ação de disciplina que não seja motivação, e ninguém conseguiu.

Construa hábitos para alcançar consistência

Quando as pessoas falam sobre querer disciplina em suas vidas, o objetivo real, geralmente, é ser mais consistente em alguma coisa. Exercícios físicos, meditação, escrever ou outra atividade criativa, finanças, alimentação ou produtividade no trabalho são algumas recorrentes. Todas essas atividades são executáveis sem o conceito da disciplina. O que você precisa para atingir esses objetivos é a construção de hábitos. 

Hábitos não são bem entendidos por muitas pessoas, por isso eu criei o Curso de Hábitos. Neste curso, exploro o conceito de gatilhos, ciclos de feedback negativo e positivo, consistência, motivação, responsabilidade, apoio e outros fatores que ajudam a formar costumes.

Nenhum desses conceitos é nebuloso. Todos se traduzem em ações específicas que você pode executar no sentido de criar um costume. Se você quer ser consistente em alguma coisa, incorpore e execute ações que o levem a fazer desta coisa um hábito. Comece com coisas pequenas, para que esse processo de construção seja eficaz e bem-sucedido. Uma vez que a atividade estiver agregada à sua rotina, tornando-se de fato um hábito (e isso pode acontecer em duas semanas, dois meses ou mais tempo), você pode expandir a partir do que tem.

Hábitos são a chave para a consistência, não a disciplina. E eu posso garantir: uma vez que você constrói um hábito positivo e consistente é uma coisa maravilhosa. Você se sente disciplinado, forte, bom, mesmo vivendo como a personificação de um mito. É como os deuses gregos devem se sentir.


Fonte: http://www.administradores.com.br/artigos/carreira/o-mito-da-disciplina/75287/

segunda-feira, janeiro 06, 2014

Quem deve criar a cultura produtiva da empresa?

Autor: Christian Barbosa

Outro dia estava em uma reunião com empresários, compartilhando dores e soluções na vida empreendedora e uma questão interessante foi levantada. Um deles, sócio de uma empresa com pouco mais de vinte profissionais, insistia que precisaria de uma gestora de RH para criar uma cultura na empresa.

A discussão foi longe, mas muitos empresários tem a mesma visão: que RH é milagre! Claro que um RH na empresa é essencial para ajudar a empresa a decolar, recrutar, criar políticas, aumentar qualidade de vida e desenvolver e apoiar a liderança.

Porém criar uma cultura produtiva na empresa não é papel do RH, do gerente, do diretor. É papel do empreendedor! Do dono! Do acionista.

O conceito de cultura é grande para o tamanho desse post, mas vamos dizer que cultura é criada através da missão, visão e principalmente dos valores que a empresa pretende seguir.

E quando falo isso, não tem nada a ver com aqueles quadros que todas as empresas têm na recepção, que no mínimo são inúteis. Tem a ver com atitude, com tomada de decisões, com os princípios mais essenciais da empresa e com o tom que a empresa terá internamente e para o mercado.

Delegar a criação da cultura é no mínimo estranho. Vamos supor que você seja o empreendedor e delegue isso para um cara do comercial que você contratou e quer assumir isso. A empresa vai ter a cara de quem? Do cara do comercial, dos seus valores de vida, da sua visão de mundo, etc. O que pode ser ótimo, mas que talvez não seja a cara do empreendedor. Mais cedo ou mais tarde, o empreendedor deixa de usar ou pior, perde a paixão pelo negócio.

Claro que você pode ter uma consultoria para te ajudar nisso, de diretores, do RH, mas a decisão, a forma, as palavras são suas. Cultura é a coisa mais importante que uma empresa pode ter, principalmente no começo. Não é RH que faz cultura. RH ajuda. Gerente ajuda. Diretor ajuda. Dono faz.

E isso precisa ser vivido no dia a dia. E dia a dia é como o empreendedor, com a equipe. As pessoas precisam ser contratadas com base nisso, precisam ser recompensadas por isso, os projetos e as decisões tomadas precisam ser guiados por esses princípios. Não é enfeite, quadro, marketing. É estratégia.

Existem dois casos clássicos desse conceito. Na Zappos, empresa de sapatos adquirida pela Amazon, foi o dono, o Tony que fez, escreveu e disseminou os valores. Depois que isso tá pronto, ai a equipe faz o “spread”.

O que faz o time do Jorge Paulo Lemann faz quando compram uma empresa? Colocam algum dos sócios para criar a cultura na empresa.

Na sua casa é a mesma coisa. Quem cria a cultura? Os sócios da casa! (em alguns casos A sócia majoritária). Se você não tem uma empresa, mas tem uma equipe o conceito vale do mesmo jeito. Se você não tem uma equipe a coisa vale para sua vida também.

Não espere milagre do RH, de ninguém, faça acontecer por você e quando estiver começando a andar sozinho, ai sim pense em delegar! Por isso ache tempo para o estratégico ao invés de ficar só no operacional.

Fonte: http://blog.maistempo.com.br/2013/11/26/quem-deve-criar-a-cultura-produtiva-da-empresa/