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quinta-feira, fevereiro 17, 2011

Muito Além da Sala de Aula

Esse é meu primeiro post de 2011,  e como o ano começou muito corrido, o blog ficou um pouco de lado. Mas o blog está de volta e ativado :)


Como todo ano que começa sempre fazemos várias promessas, muito planos e esperamos que tudo se realize.

Espero este ano além de compartilhar os textos que leio, quero compartilhar com vocês minhas experiências e meus conhecimentos. O desafio está lançado.


Para inicar compartilho com vocês este texto que fala sobre a apredizagem, competências e conhecimento que é base para todos os planos e objetivos.

Boa leitura!

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Muito Além da Sala de Aula

Autor: César Souza

Que é preciso adquirir novas competências para garantir uma carreira de sucesso, não é nenhuma novidade. O que nem todos têm certeza é sobre quais são as tão sonhadas competências que as empresas, de fato, valorizam. E onde e como aprendê-las. Para complicar mais as coisas, as empresas nem sempre conseguem disponibilizar o treinamento naquilo que as diferenciam.

A maioria dos programas de T&D está com os dias contados. Verdadeiras fortunas são gastas sem conseguir produzir os resultados desejados. Continuam desvinculados das estratégias e da solução dos desafios que afligem as empresas. Afinal, foram concebidos para uma realidade que já não existe mais.

Ao contrário dos programas que lhe oferecem, você sabe que precisa enfatizar mais o futuro que o passado. Os instrumentos servem para ajudar a compreender o futuro e não para perpetuar o culto ao passado, como bem exemplifica a insistência nas estratégias formatadas com base no que o competidor fez no ano anterior. Para não falar nas pesquisas de mercado sobre o comportamento do consumidor frente aos produtos existentes, não face a produtos que ainda serão criados.

As dramáticas transformações no ambiente de negócios exigem o repensar dos programas de educação de executivos, dotando-os de características que enfatizem mais o pensar do que simplesmente o fazer. Precisamos mais de novos modelos mentais do que do modismo de técnicas passageiras. A maioria dos desafios apresentados pelos clientes, fornecedores e comunidades requerem mais certas atitudes e posturas do que meras soluções tecnológicas.

São necessários também programas que enfatizem mais o “empresariamento” que o gerenciamento, pois todos na empresa precisam ser estimulados a agir como verdadeiros empresários do negócio, não apenas gerentes de um produto ou um projeto.

Você também já deve ter percebido a necessidade de programas que enfatizem mais o “fora” que o “dentro” da empresa. O diferencial não reside mais no que se passa dentro das “paredes” da empresa. Seu tempo não é mais das 8 às 18 horas. É on-line, 24 horas diárias todos os dias da semana. A ação está nas novas fronteiras. Você sabe que os resultados estão onde se encontra o cliente, o investidor, o distribuidor, o ponto de venda.

Mas, o que fazer? Como descobrir e fortalecer seu ponto C, seu diferencial de competência? O primeiro passo é assumir a responsabilidade por seu próprio aprendizado contínuo. Pare de esperar que a área de RH lhe ofereça a próxima oportunidade de inscrição em curso ou seminário. A responsabilidade da empresa é o de disponibilizar opções para que cada um formate seu próprio programa de treinamento. Não é de oferecer um prato pronto para seu desenvolvimento.

Um humilde mestre de obra, em um canteiro de construção civil, uma vez me revelou na sua linguagem simples, mas brilhante: – “Chefe, a gente aprende por sucção, não por recalque”. Traduzindo: é preciso focar mais na aprendizagem (sucção) que no ensino (recalque).

O máximo que um programa formal de treinamento de executivos pode fazer é provocar os participantes para debater a realidade do mundo empresarial em que vivem. O verdadeiro aprendizado se dá muito além da sala de aula. Ocorre no dia-a-dia, no trabalho, em casa, na comunidade, no cinema, no clube, no lazer, nos momentos de leitura e reflexão. Na sala de aula dos programas formais, o máximo que pode ser oferecido são instrumentos que o ajudem a refletir sobre sua própria circunstância. E a buscar alternativas sobre como mudá-la.

Os profissionais bem-sucedidos são ricos não no domínio de técnicas aprendidas em salas de aula, mas no intangível decorrente de um modelo mental perceptivo, analítico, inventivo e transformador da realidade em que vivem. No momento você pode aprender muito mais sobre liderança, do que freqüentando qualquer curso formal sobre o tema, assistindo a alguns filmes que concorreram ao Oscar como O Diabo veste Prada, A Rainha, O Último rei da Escócia e o seriado Amazônia na televisão.

Pode também muito aprender sobre o comportamento de um líder assistindo a um jogo de futebol com o goleiro Rogério Ceni do São Paulo. Ou a uma partida de vôlei orientada pelo técnico Bernardinho. Ou lendo a biografia, escrita por Fernando Morais, do general Casimiro Montenegro, fundador do ITA. Ou indo conferir a próxima exposição sobre Leonardo da Vinci na Oca, em São Paulo.

Cabe um alerta: as novas competências que você precisa adquirir só serão úteis se coincidirem com aquilo que vai agregar valor aos resultados da empresa. Não adianta você ser supercompetente em algo desatrelado das competências necessárias ao sucesso do negócio da sua empresa.

E lembre-se: competência não significa conhecimento. Competente é quem desenvolve a capacidade de aprender a partir de sua própria experiência de cada dia. A disponibilidade para aprender ao longo da vida é das poucas competências duráveis em um mundo no qual conhecimentos específicos se transformam com rapidez em “commodities” perecíveis.

Fonte: http://colunas.epocanegocios.globo.com/bloglider/2011/02/15/artigo-da-semana-3/